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Ministro fala em 'silêncio conivente com racismo' das autoridades espanholas em caso Vini Jr

Crítica de Silvio Almeida também foi direcionada à liga espanhola, à Fifa, a patrocinadores e a parte da imprensa europeia

Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília

Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos
Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos

O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, acusou autoridades governamentais da Espanha, entidades ligadas ao esporte, patrocinadores e parte da imprensa europeia de se omitir em relação aos ataques racistas sofridos pelo jogador brasileiro Vinícius Júnior, craque do Real Madrid. Segundo ele, trata-se de "um silêncio conivente com racismo" e que pode ultrapassar os limites dos estádios de futebol. 

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"Quero lembrar também que essa violência racista contra o Vini Jr. demonstra que existe um problema muito maior, que tende a se espalhar muito além do campo, muito além do estádio. Temos um problema político de grande monta, o que justifica, inclusive, as manifestações por parte do Estado brasileiro", afirmou Almeida. 

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O ministro disse que o episódio de racismo contra Vini neste domingo (21) não é um caso isolado. Ele ressaltou ainda que os ataques são contra um brasileiro de grande visibilidade, em partidas de grande proporção. "Então, ficamos imaginando como é tratada a comunidade brasileira, como são tratados os outros negros e negras que estão na Europa, que estão na Espanha", indagou. 

As autoridades espanholas devem uma explicação e dizer o que vai acontecer. A Fifa%2C há muitos anos%2C tem se omitido em tomar atitudes mais enérgicas e contundentes em relação a isso. Não é falta de tecnologia%2C de ciências sobre como se combate o racismo na sua dimensão institucional. Há muito estudo sobre isso%2C muitas experiências%2C o que reforça o fato de que há uma irresponsabilidade por parte das autoridades no caso Vini Jr. Isso compromete o futebol%2C a imagem da liga%2C da Fifa%2C e até mesmo da Espanha. Alguma providência precisa ser tomada em relação a isso.

(Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos)

O governo brasileiro acionou as autoridades responsáveis e representantes das entidades ligadas ao esporte para pressionar por medidas efetivas. Segundo Almeida, os ataques demonstram um problema político agravado pela omissão. O ministro disse que a falta de uma responsabilização pode provocar efeitos mais graves. 

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O governo brasileiro publicou nesta segunda-feira (22) uma nota conjunta entre quatro ministérios para repudiar os ataques racistas sofridos por Vinícius Júnior. No comunicado, as autoridades brasileiras lamentam a falta de "providências efetivas para prevenir e evitar a repetição desses atos de racismo" e solicitam ações por parte do governo e das autoridades esportivas da Espanha.

Embate

Após os ataques, o craque do Real Madrid se pronunciou pelas redes sociais e reclamou das ações da LaLiga: "Não foi a primeira vez, nem a segunda, nem a terceira. O racismo é o normal na LaLiga. A competição acha normal, a Federação também, e os adversários incentivam. Lamento muito. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi hoje é dos racistas".

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O brasileiro escreveu que a Espanha o acolheu e que ele ama o país e reitera que a nação é racista. Em outra rede social, Vinícius Júnior também lamentou: "O prêmio que os racistas ganharam foi a minha expulsão."

Muito criticado, o presidente da LaLiga, Javier Tebas, foi a público, por meio de suas redes sociais, criticar a postura de Vinícius, em vez de defendê-lo.

"Já que aqueles que deveriam não explicam o que a LaLiga pode fazer nos casos de racismo, nós tentamos explicar a você, mas você não se apresentou em nenhuma das datas combinadas que você mesmo solicitou. Antes de criticar e insultar a LaLiga, é necessário se informar adequadamente. Não se deixe manipular e tenha a certeza de entender bem as competências de cada um e o trabalho que estamos fazendo juntos", disse.

Vini Jr., então, reagiu novamente pelas redes sociais: "Mais uma vez, em vez de criticar racistas, o presidente da LaLiga aparece nas redes sociais para me atacar. Quero ações e punições. Hashtag não me comove".

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