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Moro mente e faz ilações, diz PF em nota contra declaração do ex-juiz

Nota da Polícia Federal rebate, em tom duro, declarações de Sergio Moro sobre investigações e prisões por grandes atos de corrupção

Brasília|Alan Rios, do R7, em Brasília

Ex-ministro Sergio Moro
Ex-ministro Sergio Moro

A Polícia Federal divulgou, nesta terça-feira (15), uma nota rebatendo declarações do ex-ministro da Justiça Sergio Moro. O agora candidato à presidência disse, em entrevista à imprensa, que não há hoje pessoas presas por grandes esquemas de corrupção no Brasil. A PF acusou Moro de mentir, fazer ilações e confundir de forma deliberada as funções da corporação.

"Moro mente quando diz que 'hoje não tem ninguém no Brasil sendo investigado e preso por grande corrupção'. A Polícia Federal efetuou mais de mil prisões, apenas por crimes de corrupção, nos últimos três anos", diz o texto. A nota da PF ainda cita 1.728 operações contra esse tipo de crime nesse período, ressaltando que, em 2020, foram deflagradas 654 ações contra corrupção, maior índice dos últimos quatro anos segundo a corporação.

O ex-ministro também criticou o afastamento de superintendentes que, na avaliação do ex-juiz, foram retirados das funções por estar "fazendo o trabalho deles". A PF chamou a afirmação de Moro de "ilação".

"O ex-ministro não aponta qual fato ou crime tenha conhecimento e que a PF estaria se omitindo a investigar. Tampouco qual inquérito policial em andamento tenha sido alvo de ingerência política ou da administração", pontua o texto.


A PF ainda aproveita críticas que Moro recebeu enquanto atuava como juiz para afirmar que "o papel da corporação não é produzir espetáculos". "Moro desconhece a Polícia Federal e negou conhecê-la quando teve a chance. Enquanto Ministro da Justiça não participou dos principais debates que envolviam assuntos de interesse da PF e de seus servidores."

A corporação finaliza o texto se autoavaliando como uma das mais respeitadas e confiáveis instituições brasileiras, que "mantém-se firme no combate ao crime organizado, à corrupção e não deve ser usada como trampolim para projetos eleitorais".

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