Relator da CPI dos Atos Antidemocráticos diz que não vai indiciar quem não depôs na CLDF
Deputado Hermeto definiu o relatório da CPMI do 8 de Janeiro como 'extremamente político' e baseado em 'briga ideológica'
Brasília|Edis Henrique Peres e Yuri Achcar, do R7, Brasília
O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) disse que não vai indiciar quem não depôs no colegiado. O deputado Hermeto (MDB) afirmou que o relatório apresentado nesta semana na CPMI do 8 de Janeiro, no Congresso Nacional, foi “extremamente político” e se baseou em uma “briga ideológica” entre direita e esquerda.
“O nosso [relatório] será extremamente técnico. Eu jamais vou indiciar alguém que eu não ouvi na CPI, como foi o caso lá no Congresso. A nossa assessoria, que está nos ajudando no relatório, está fazendo um belíssimo trabalho. E nós vamos mostrar, tecnicamente, o porquê que nós estamos indiciando alguém, com provas e fatos concretos”, afirmou. O deputado distrital acrescentou que a relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), “pegou todo o processo que está na procuradoria e transcreveu e acrescentou ali [no parecer]”.
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No entanto, em entrevista ao R7 na última semana, o presidente da CPI, Chico Vigilante (PT), declarou a previsão de indiciar cerca de cem pessoas. Até o momento, a Casa ouviu 28 depoimentos e tem prazo para encerrar os trabalhos em dezembro.
Nesta quinta-feira (19), depõe na CLDF o major da Polícia Militar Cláudio Mendes dos Santos, que teria ensinado práticas de guerrilha aos manifestantes nos acampamentos em frente ao quartel-general do Exército.
CPMI do Congresso
O relatório da CPMI foi aprovado nesta quarta-feira (18), com sugestões de 61 indiciamentos. O alvo central do parecer é o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), contra quem foi pedida a responsabilização por quatro crimes: associação criminosa, violência política, abolição violenta do Estado democrático de Direito e golpe de Estado. Militares do alto escalão, ex-assessores de Bolsonaro, supostos financiadores dos atos extremistas e a cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal também estão na lista.