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Relator no Senado diz que placas de veículos devem voltar a informar município e estado

Lucas Barreto é responsável pelo relatório na Comissão de Assuntos Econômicos; modelo atual só tem nome do país

Brasília|Emerson Fonseca Fraga, do R7, em Brasília

Nova placa tem três anos e já pode ser mudada
Nova placa tem três anos e já pode ser mudada

O relator do projeto de lei que prevê a volta do nome do município e estdo ado nas placas de todos os veículos do país, senador Lucas Barreto (PSD-AP), deve apresentar um parecer favorável à proposta na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Ele adiantou o posicionamento ao R7 neste domingo (27). "Estou esperando as emendas, que vou receber até a próxima semana, para melhorar o texto. Mas é certo que tem que ter o município e o estado na placa. Isso não tem custo nenhum", afirmou.

"É uma situação realmente que tem dado problemas. Por exemplo: você não sabe de que local é o carro. Em um acidente, ele facilmente some. É um projeto que permite que você tenha um controle maior pro carro entrar e pro carro sair de um município. Fica mais fácil identificar se é roubado", argumenta o parlamentar. "Meu relatório será, com certeza, favorável ao projeto", adiantou à reportagem.

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Barreto diz ser favorável ao projeto
Barreto diz ser favorável ao projeto

"O que nós vamos discutir ainda é se permanece a placa do Mercosul com o município ou se volta o modelo antigo", afirmou Barreto. Se aprovado na Comissão de Assuntos Econômicos, o projeto vai para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) — onde será analisado terminativamente, isto é, sem necessariamente passar pelo plenário do Senado (o que ocorrerá só em caso de recurso de algum senador).

Leia também: Placas padrão Mercosul passam a ser obrigatórias em todo o Brasil


Amin quer alterar Código de Trânsito Brasileiro
Amin quer alterar Código de Trânsito Brasileiro

O projeto, do senador Esperidião Amin (PP-SC), altera o Código de Trânsito Brasileiro e determina a obrigatoriedade da nova placa depois de um ano da publicação da lei — ou seja, impacta apenas os emplacamentos após essa data.

"A retirada do nome do estado e da cidade das placas dificultou a identificação geográfica dos veículos, o que traz consequências negativas para a adequada fiscalização do trânsito", justifica o autor. Ele menciona ainda a ajuda na hora de identificar veículos irregulares, como os que estão com a documentação vencida, envolvidos em práticas de transporte ilegal de passageiros ou cargas ou que possuam pendências administrativas nos órgãos de trânsito.


A adoção do atual modelo de identificação, padronizado para os países do Mercosul, foi adiada por seis vezes devido a disputas judiciais, problemas de adaptação e credenciamento dos fabricantes. O impasse persistiu até 2019, com o estabelecimento de uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran).

Um dos debates envolveu o custo da nova placa para o motorista. O Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP) chegou a recomendar no máximo R$ 138,24 para carro, ônibus e caminhão e R$ 114,86 para motocicletas — os mesmos valores cobrados pelas placas do padrão antigo, da cor cinza. No entanto, o valor varia de acordo com a empresa que o motorista contrata para fazer o emplacamento.

Com isso, deixou de existir o valor único e tabelado por estado, que era determinado por cada um dos governos. Agora, cada empresa credenciada determina o valor que vai cobrar para emitir a placa que está em vigor.

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O cientista político Isaac Sassi afirma que não dá para saber ainda como essa conta chegaria ao motorista. "Apesar de o projeto prever algo relativamente simples, a insegurança em relação aos custos é um fator relevante nesse tipo de norma. O custo das placas ainda é desconhecido. Por exemplo, no DF a placa custa R$ 189, que já é um valor alto, e não há como saber a quanto esse valor pode chegar", argumenta.

Além do custo para a produção de novas placas, que será desembolsado pelo consumidor, segundo Sassi, o país terá quatro tipos de placas oficiais em circulação: placas não refletivas, placas refletivas, placas Mercosul e placas Mercosul com município e estado. "Tudo isso somado a variações que já existem, como as placas vermelha, verde, oficial, de corpo diplomático etc. A proposta de criar mais uma placa diminui a uniformização, que é a intenção principal desse tipo de identificação", afirma.

Placa atual

As novas placas têm o fundo pintado na cor branca, com o tipo de veículo identificado pela cor da fonte. A pintura preta é utilizada para veículos de passeio, a vermelha para veículos comerciais, a azul para carros oficiais, a verde para veículos em teste, a dourada para os automóveis diplomáticos e a prateada para os veículos de colecionadores. No modelo antigo, a placa tinha a cor do fundo cinza.

O novo modelo de placa padrão Mercosul conta ainda com itens de segurança, como um QR code presente no canto superior esquerdo, que dificultaria clonagens e falsificações.

*Colaborou Camila Costa

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