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Ricardo Salles rebate ministro da Agricultura na CPI do MST: 'Passar a boiada é muito positivo'

O ex-ministro do Meio Ambiente respondeu a uma provocação e disse que 'não tem vergonha' de ter sugerido 'passar a boiada'

Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília

Ricardo Salles disse não ter vergonha de declaração
Ricardo Salles disse não ter vergonha de declaração

Em resposta às críticas do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, durante a reunião desta quinta-feira (17) da CPI que investiga as ações do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra), o deputado Ricardo Salles (PL-SP), relator da comissão, afirmou que "passar a boiada é muito positivo". Momentos antes, ao falar do desmatamento em propriedades rurais, Fávaro afirmou que "quem quer desmatar ilegalmente e passar a boiada tem que ser punido com o rigor da lei". 

Salles foi ministro do Meio Ambiente durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em 2020, durante uma reunião ministerial, ele afirmou que o governo deveria aproveitar o momento da pandemia de Covid-19 para "ir passando a boiada" com reformas de desregulamentação na área ambiental.

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"Já é a segunda vez que eu escuto o senhor [Carlos Fávaro] usando esse termo, 'passar a boiada'. Eu não tenho vergonha nenhuma de ter dito isso, primeiro porque eu sou muito amigo da pecuária, então, eu acho que passar a boiada é algo muito positivo", disse Salles.

Em seguida, Salles afirmou que, quando era ministro, Fávaro, então senador, o procurou para fazer a defesa de produtores rurais de Mato Grosso. "O senhor, quando era senador, cansou de ir no meu 'ministério da boiada' fazer a defesa de produtores rurais do seu estado."


"O que me espanta é que o senhor fez campanha para o Senado usando a imagem do [ex-presidente Jair] Bolsonaro e depois vem a ser ministro do PT", completou. Nesse momento, Fávaro reagiu e disse que estava na comissão para "falar sobre o MST", e não sobre a campanha eleitoral.

O ministro Carlos Fávaro é ouvido na CPI como convidado para prestar esclarecimentos sobre as medidas adotadas pela pasta após o anúncio do líder do MST, João Pedro Stedile, de promover ocupações de terras em todo o Brasil.

Antes mesmo de chegar à comissão, Salles alfinetou o ministro nas redes sociais e chegou a chamá-lo de "fujão". Isso porque, inicialmente, Fávaro havia pedido compreensão e dito que o comparecimento à audiência não seria possível por causa do volume de compromissos na agenda. "Não confia no próprio taco. Traidor do agro", disse Ricardo Salles em postagem nas redes sociais.

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