Senador propõe fim das emendas de comissão: ‘Versão oculta do orçamento secreto’
De autoria de Alessandro Vieira (MDB-SE), PEC ainda pretende dar mais igualdade e transparência aos empenhos
Brasília|Rute Moraes, do R7, em Brasília
O senador Alessandro Vieira (MDB-SE) protocolou, nesta sexta-feira (1°), uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que acaba com as emendas de comissão e pretender dar mais igualdade e transparência ao empenho dos valores e na distribuição.
A proposição surge em meio ao bloqueio dos recursos por decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Flávio Dino até que o Congresso e o governo entrem em acordo para melhorar a transparência e a rastreabilidade das emendas.
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Segundo o parlamentar, os empenhos de comissão se tornaram um novo orçamento secreto, concentrando-se massivamente em recursos que não têm critérios técnicos e de rastreabilidade.
“São valores distribuídos entre comissões, de forma não igualitária nem amparada por qualquer fundamento técnico, e distribuídos por ‘indicações’ das quais não se sabe a origem - em suma, uma versão mal disfarçada do orçamento secreto que já foi em boa hora declarado inconstitucional”, disse Vieira.
Por isso, os valores das emendas de comissão seriam destinados para as individuais e de bancada. “Nossa proposta corta na carne: a pura e simples extinção das emendas de comissão, determinando na Constituição Federal que as modalidades de emenda de mérito são exclusivamente duas: individuais e de bancada estadual”, continuou.
Entenda a PEC
A alteração na Constituição prevê que os valores das emendas de comissão sejam distribuídos entre as emendas de bancada e individuais, respeitando a proporção reservada aos senadores e deputados.
A PEC ainda obriga a divulgação eletrônica do órgão executor da emenda e dos critérios objetivos e impessoais de distribuição entre os beneficiários.
Além disso, o texto prevê que o empenho dos valores vai considerar os indicadores socioeconômicos dos beneficiados e critérios de boa gestão financeira.
Na próxima semana, a Câmara e o Senado devem votar um projeto de lei complementar que disciplina o pagamento das emendas. De autoria do deputado federal Rubens Pereira Jr, o texto é fruto de um acordo entre Executivo, Legislativo e Judiciário.