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R7 Brasília

'Verdadeiros terroristas', diz coronel Fábio Vieira sobre extremistas do 8/1 durante CPMI

Vieira era comandante-geral da PMDF durante as invasões, mas disse que a operação na Esplanada não estava a cargo dele 

Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília

Coronel Fábio Vieira depõe na CPMI do 8 de Janeiro
Coronel Fábio Vieira depõe na CPMI do 8 de Janeiro

O coronel Fábio Augusto Vieira, então comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) no 8 de Janeiro, afirmou nesta terça-feira (29) que ficou "consternado ao ver vândalos, verdadeiros terroristas, depredando prédios públicos" nas invasões da Esplanada. A declaração foi feita durante a fala inicial na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que apura os atos extremistas, antes de ele anunciar que iria exercer o direito a ficar calado. 

"Jamais compactuei, assenti, participei ou permiti que atacassem o Estado democrático de Direito", afirmou Vieira. Ele também declarou que, mesmo sendo comandante-geral na época das invasões, não cabia a ele assumir o comando tático de operação, por não possuir "todas as informações operacionais necessárias", justificou. 

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"A presença do comandante-geral no terreno não atrai automaticamente o comando da operação em curso, que continua sendo dos comandantes operacionais, sejam os comandantes regionais, batalhões, que foram escalados pelo Departamento de Operações e que participaram do planejamento e possuem as minúcias táticas daquela operação", completou o coronel.

Imagens do Congresso mostram que Vieira atuou dentro do prédio durante as invasões do 8 de Janeiro. Ele confirmou que estava na Esplanada durante os ataques e justificou que, apesar de não estar no comando operacional, sempre fez "questão de acompanhar no terreno a execução do trabalho da corporação". 


Após a fala inicial, Vieira informou aos parlamentares que iria ficar calado durante o depoimento. Ele está munido de um habeas corpus concedido pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal, que lhe permite ficar em silêncio.

Na justificativa para não responder aos parlamentares, Vieira disse que os autos das investigações conduzidas pela Procuradoria-Geral da República e pelo STF não foram compartilhados na íntegra, o que, segundo ele, não permitiria o esclarecimento de cada um dos fatos imputados a ele.

As investigações revelam que Vieira trocava mensagens "contendo teorias conspiratórias e golpistas" com alvos também investigados pela PF. Nas conversas sobre supostas fraudes nas eleições e um levante para reverter o resultado das urnas, o então comandante-geral comentou: "A cobra vai fumar", mesmo sabendo, segundo a PGR, que se tratava de uma informação falsa. "Fábio demonstrou expectativa quanto ao potencial de subversão dos resultados do pleito eleitoral", diz o órgão.

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