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BC reduz taxa básica de juros pela 11ª vez seguida, a 6,75% ao ano

Decisão unânime do Copom determinou corte de 0,25 ponto percentual na taxa Selic, que renova seu menor patamar histórico

Economia|Alexandre Garcia, do R7

Veredito do Copom foi tomado por unanimidade
Veredito do Copom foi tomado por unanimidade

O Copom (Comitê de Política Monetária), do BC (Banco Central), deciciu reduzir pela 11ª vez consecutiva o valor da taxa básica de juros da economia brasiliera. Com o corte de 0,25 ponto percentual, a Selic renova o menor patamar da história, cotada a 6,75% ao ano.

Com o corte desta quarta-feira (7), a Selic acumula uma baixa de 7,5 ponto percentual no período de pouco mais de um ano e meio. Quando a sequência de reduções teve início, em setembro de 2016, a taxa de juros figurava no patamar de 14,25% ao ano.

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A sequência de 11 baixas seguidas dos juros não era vista na economia nacional desde setembro de 2007, quando a Selic figurou em 12,25% após a trajetória de 18 quedas consecutivas. Na ocasião, os cortes se iniciaram em maio de 2005, período em que a taxa básica era de 19,75% ao ano.

No comunicado em que justifica o corte da Selic, o Copom afirma que a decisão leva em conta o conjunto dos indicadores de atividade econômica divulgados desde a última reunião do grupo, que apontam para uma "recuperação consistente da economia brasileira".


"O Comitê entende que esse movimento [de redução dos juros] é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante para a condução da política monetária, que inclui os anos-calendário de 2018 e, com peso menor e gradualmente crescente, de 2019.", afirma.

O veredito do Copom foi tomado por unanimidade. Além do presidente do BC (Banco Central), Ilan Goldfajn, votaram a favor do corte Carlos Viana de Carvalho, Isaac Sidney Menezes Ferreira, Maurício Costa de Moura, Otávio Ribeiro Damaso, Paulo Sérgio Neves de Souza, Reinaldo Le Grazie, Sidnei Corrêa Marques e Tiago Couto Berriel.


A decisão atende às expectativas do mercado financeiro, que apostavam justamente no corte de 0,25 ponto percentual. O grupo de economistas ouvidos semanalmente pelo BC espera agora que os juros básicos da economia fechem 2018 nos mesmos 6,75% ao ano e volte a acelerar em 2019, para a faixa de 8% ao ano.

Agora, o BC divulga na quinta-feira da semana que vem (15) as explicações detalhadas das motivações que resultaram no corte de 0,25 ponto percentual dos juros. O novo patamar da Selic segue em vigor até a próxima reuinão do Copom, marcada para acontecer no dia 21 de março.


Para a próxima reunião, o Copom vê como medida mais adequada a "interrupção do processo de flexibilização monetária", caso o cenário básico da economia "evolua conforme esperado".

"O Copom ressalta que os próximos passos da política monetária continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, de possíveis reavaliações da estimativa da extensão do ciclo e das projeções e expectativas de inflação", finaliza o comunicado.

Juros básicos

A Selic é conhecida como taxa básica porque é a mais baixa da economia e funciona como forma de piso para os demais juros cobrados no mercado. A taxa é usada nos empréstimos entre bancos e nas aplicações que as instituições financeiras fazem em títulos públicos federais.

Em linhas gerais, a Selic é taxa que os bancos pagam para pegar dinheiro no mercado e repassá-lo para empresas ou consumidores em forma de empréstimos ou financiamentos. Por esse motivo, os juros que os bancos cobram dos consumidores são sempre superiores à Selic.

A taxa básica também serve como o principal instrumento do BC para manter a inflação sob controle, próxima da meta estabelecida pelo governo, de 4,5%. Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam novas alternativas de investimento.

Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida e isso causa reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo.

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