Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Dólar sobe pelo 5º mês seguido e fecha semestre 17% mais caro 

Economistas apostam que moeda não deve variar muito em julho em razão das férias no hemisfério norte e recesso do Congresso brasileiro

Economia|

Dólar fechou junho com valorização de 3,76%
Dólar fechou junho com valorização de 3,76% Dólar fechou junho com valorização de 3,76%

O dólar fechou a sexta-feira (29) em alta e se reaproximando dos R$ 3,90, nível que ultrapassou no começo do mês e obrigou o Banco Central a promover intervenções mais intensas para tentar conter as variações e aumentar a quantidade de moeda no mercado cambial.

A divisa norte-americana fechou o mês a R$ 3,8773 na venda, alta de 0,56% em relação à quinta-feira (28) e 2,49% mais cara desde o início da semana.

No mês, a valorização é de 3,76%, quinto mês seguindo em elevação, acumulando no primeiro semestre de 2018 valorização de 16,98% — depois de ter caído 0,43% nos três primeiros meses do ano, o dólar ficou 17,49% mais caro de abril a junho.

O nervosismo deve continuar no mercado no segundo semestre, apostam economistas, diante da indefinida eleição presidencial, dos temores com a guerra comercial dos Estados Unidos e seus parceiros, além da trajetória de alta de juros norte-americanos.

Publicidade

"Acho difícil o dólar ficar abaixo de R$ 4 no terceiro trimestre... O viés do câmbio é de alta, embora em julho, com as férias no Hemisfério Norte e recesso (do Congresso no Brasil), a moeda possa continuar oscilar ao redor de R$ 3,80", avaliou o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco Lima Gonçalves.

Daqui para frente, as pesquisas devem ganhar mais força, com a proximidade das eleições, o que pode elevar o nervosismo se, de fato, nenhum candidato com o perfil defendido pelo mercado, mais reformista e pró-mercado, ganhe força.

Publicidade

Os investidores também seguirão monitorando a retórica do presidente Donald Trump com relação a seus parceiros comerciais, sobretudo a China, o que vem azedando o humor nas últimas semanas. Esse cenário, junto com a perspectiva de mais duas altas de juros nos Estados Unidos é maléfico aos emergentes, já que os investidores preferem ativos menos arriscados.

Há ainda alguma expectativa para a forma como o Banco Central vai atuar em julho, depois da forte intervenção que vem realizando no mercado cambial desde meados de maio. Em agosto, vencem 14,023 bilhões de dólares em contratos de swap cambial tradicional, equivalentes à venda futura de dólares, e o mercado aguarda anúncio para a rolagem dos contratos.

Publicidade

"O volume é grande e o mercado está muito sensível. Nem pensa que o BC não vai rolar esse volume", avaliou o operador da corretora Spinelli, José Carlos Amado.

O estoque total de swap estava em 67,414 bilhões de dólares e o presidente do BC, Ilan Goldfajn, já repetiu diversas vezes que não vê problemas em aumentar esse estoque, se necessário.

Nesta semana, no entanto, o BC não fez nenhum leilão de novos swaps, depois de ter injetado o equivalente a 43,616 bilhões de dólares com essas operações desde 14 de maio.

Nesta sexta-feira, o dólar passou a manhã de olho no exterior, mas a formação da taxa Ptax deixou o mercado mais técnico e volátil. A Ptax é uma taxa calculada pelo Banco Central e que serve de referência para diversos contratos cambiais, levando os investidores a "brigarem" pelas cotações que são mais interessante a eles, causando mais vaivém no mercado.

Passada a formação da Ptax, o dólar firmou alta ante o real com o exterior, onde a moeda também passou a subir ante as divisas de países emergentes.

"O primeiro semestre terminou e não deve deixar saudades", resumiu o operador da Advanced Corretora, Alessandro Faganello.

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.