PIB brasileiro deve crescer 2,4% em 2025, projeta Confederação Nacional da Indústria
Entidade afirma acreditar que o BC manterá aperto monetário até a metade de 2025, com redução a partir do segundo semestre
Economia|Do R7, com informações da CNI
![](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/VDHTHSYIPVBXFEJRSMPGJOVPBM.jpg?auth=85ef9a1fe6047949d51dc3573006abe1633f5b8004a2f5e300059fb0dcd4a9a3&width=534&height=296)
O PIB (Produto Interno Bruto) deve crescer 2,4% em 2025, segundo o relatório Economia Brasileira 2024-2025, divulgado nesta terça-feira (17) pela CNI (Confederação Nacional da Indústria).
A entidade subiu para 3,5% a expectativa de alta do PIB para 2024, mais do que o dobro em relação à estimativa anunciada no fim de 2023.
Leia também
“Eu diria que eu torço para que a gente esteja errado para mais. Espero que sejamos surpreendidos de novo com a economia em 2025, como todos fomos surpreendidos em 2024, e de alguma forma em 2023″, disse o presidente da CNI, Ricardo Alban.
De acordo com a confederação, os fatores que impulsionaram o crescimento da economia em 2024 também vão influenciar o ritmo da atividade no ano que vem, embora com menos intensidade. “O consumo, por exemplo, deve crescer 2,4% em 2025, quase metade do previsto para este ano. Os investimentos, por sua vez, tendem a subir 2,6%, ante os 7,3% em 2024″, diz a CNI em nota.
Ainda de acordo com a entidade, a retomada do ciclo de alta da taxa Selic pelo Banco Central é um dos principais fatores para a desaceleração do crescimento, apesar de não ser o único.
“A alta dos juros deve conter o consumo e os investimentos, devido à menor concessão de crédito; mas há outros fatores, como a evolução mais lenta do mercado de trabalho, depois de três anos bastante positivos; e a redução do impulso fiscal, ou seja, as compras dos governos federal, estaduais e municipais”, afirma o presidente da CNI, Ricardo Alban.
A CNI acredita que o Banco Central vai manter o ciclo de aperto monetário pelo menos até a metade do ano que vem, com redução a partir do segundo semestre. Projeta-se que a taxa Selic vai fechar 2025 em 12,75%, meio ponto percentual acima do patamar ao fim de 2024.
Nesse cenário, segundo a CNI, as concessões de crédito devem crescer 7,1%, menos do que em 2023. Devido à redução do crescimento da demanda interna, o documento mostra que a indústria deve crescer 2,1% no ano que vem.
A indústria de transformação tende a subir 2%. Se a expectativa se confirmar, serão dois anos consecutivos de alta do setor, o que não ocorre desde o biênio 2017-2018.
Os serviços devem aumentar 1,9%, enquanto a agropecuária deve se recuperar da queda prevista para 2024, crescendo 4,2% no ano que vem. No que diz respeito ao setor externo, as importações devem seguir em alta em 2025, mas em ritmo bem mais lento ao de 2024, prevê a CNI, sobretudo pela desvalorização do real e crescimento menor do PIB.
A entidade afirma ainda que as exportações devem melhorar, entre outros motivos, pela da recuperação da agropecuária.
Bom resultado do PIB de 2024
Para 2024, a CNI revisou de 3,4% para 3,5% a expectativa de crescimento do PIB. No Economia Brasileira 2023- 2024, previa-se alta de 1,7% da atividade econômica. Entre os indicadores que contribuíram para o resultado estão o desempenho do mercado de trabalho, que deve superar 1,5 milhão de novas vagas formais; a expansão fiscal; e o aumento das concessões de crédito, que tende a ser 10% maior do que em 2023.
Inflação deve diminuir em 2025
A inflação se tornou menos favorável ao longo do ano, principalmente a partir do segundo trimestre. Pressionado pela alta no preço dos alimentos e da energia, bem como pela desvalorização do real, em parte por conta das incertezas fiscais, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve encerrar o ano em 4,8%, 0,3 ponto percentual acima do teto da meta, que é de 4,5%. Para o ano que vem, a CNI calcula que a inflação vai baixar para 4,2%, desacelerando frente a 2024. Esse movimento é explicado pelo menor crescimento do PIB, ritmo mais lento do mercado de trabalho, intensificação do aperto monetário, redução do impulso fiscal e menor pressão sobre o preço dos alimentos e da energia.