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Educação

‘Plano de demissão da USP só é voluntário no nome’, diz diretor do sindicato dos funcionários 

Para docentes, reitoria não deixou clara a possibilidade de aplicação da medida votada ontem (2)

Educação|Do R7

Após o Conselho Universitário da USP (Universidade de São Paulo) ter aprovado, no início da noite de ontem (2), o PDV (plano de demissão voluntária) para a contenção de gastos na instituição, e reajuste salarial de 5,2%, funcionários e docentes discutem possíveis consequências da medida.

Magno Carvalho, diretor do Sintusp, informa que os servidores técnicos ainda não definiram se, com as propostas da reitoria, irão finalizar a greve iniciada em 27 de maio. O tema será votado em assembleia da categoria marcada para ocorrer na próxima segunda-feira (8).

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Por ora, Carvalho afirma haver um descontentamento geral entre os servidores técnicos, porque, segundo ele, o reajuste salarial, a ser pago em duas parcelas, uma em outubro deste ano e outra em janeiro de 2015, não tem retroatividade com relação à data base dos servidores da USP, dia 1º de maio.


Pressão 

Além disso, o diretor do Sintusp alega que “o PDV de voluntário só tem o nome”: “Tem um pessoal altamente especializado, com uma experiência de 20, 30 anos trabalhando na USP. Esse funcionário será pressionado a entrar no PDV, uma vez que existe uma meta de demissão e se as pessoas não entrarem, podem ser demitidas deliberadamente com menos benefícios do que os previstos no PDV. Muitos julgarão ser melhor então aderir ao plano de demissão e receber 20 salários”.


Para Ciro Correia, presidente da Adusp (Associação dos Docentes da USP), a deliberação sobre o PDV foi feita em uma reunião “conturbada” e a reitoria não se posicionou oficialmente sobre o caráter da medida.

— Queremos um posicionamento oficial da reitoria de qual é o caráter da deliberação, em especial se é um indicativo para o Cruesp [Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas] ou se é algo que vai ser aplicada na USP de qualquer forma. Enfim, a reitoria precisa detalhar essas questões.


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Uma nota divulgada ontem no portal da USP explicita apenas a forma de aplicação do reajuste salarial dos servidores técnico-administrativos: “O reajuste será aplicado se aprovado em conjunto pelo Cruesp e Fórum das Seis”, diz o texto.

O Cruesp se reúne nesta quarta-feira (3), às 14h, com o Fórum das Seis, entidade representativa dos funcionários técnico-administrativos, docentes e estudantes das três universidade estaduais paulistas (USP, Unesp e Unicamp).

Gestão moderna 

O reitor Marco Antonio Zago falou sobre o plano de demissão voluntária: “Esse é um processo de gestão moderna, usado amplamente em todos os setores privados e públicos, de readequação e reorganização administrativa e de pessoal”, diz no texto divulgado no site da USP pela assessoria de imprensa.

Segundo a reitoria, o plano de demissão voluntária prevê indenização equivalente a um salário por ano trabalhado, até o limite de 20 salários, podendo atingir ao valor máximo de R$ 400 mil para cada funcionário, e parcela equivalente a 40% do saldo do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço).

O público-alvo do programa são servidores entre 55 e 67 anos de idade. Na universidade, há cerca de 1.700 servidores celetistas nessa condição. Em julho, foi divulgado pela USP que a intenção é que o PDV abranja 3.000 funcionários. 

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