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Campanha de Boulos pagou R$ 450 mil a empresa que organizou ato com hino em gênero neutro

Comício de Boulos ficou marcado por mudança na letra do Hino Nacional; político diz que episódio foi ‘um absurdo’

Eleições 2024|Hellen Leite, do R7, em Brasília


Comício de Guilherme Boulos em Campo Limpo (SP) Leandro Paiva/@leandropaivac

A campanha do candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) pagou R$ 450 mil à empresa Zion Produções LTDA, responsável por organizar o comício em que o Hino Nacional foi interpretado com uso de “linguagem neutra”. Os dados foram informados pela campanha do candidato do PSOL ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e estão disponíveis na plataforma de dados abertos sobre candidaturas nas eleições municipais.

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De acordo com os dados, o pagamento à produtora foi feito integralmente no dia 23 de agosto. Não é possível saber quantos eventos foram cobertos por essa contratação. Contudo, no ranking de despesas, a Zion figura como a maior fornecedora da campanha de Boulos.

Até o momento, no total, o candidato gastou R$ 1,6 milhão em sua campanha, com um limite total de R$ 67,2 milhões.

Após a repercussão negativa, o vídeo foi apagado das redes sociais. Em nota, a campanha do candidato afirmou que não “solicitou” a alteração do hino e disse que a produtora foi a responsável por contratar a intérprete.


Nesta quarta-feira (28), Boulos chamou o episódio de um “absurdo” e disse que não autorizou a alteração na letra do hino. “Não foi, logicamente, uma decisão da minha campanha, aquele absurdo que foi feito com o Hino Nacional. Aquilo foi uma produtora, uma empresa produtora contratada da nossa campanha que, por sua vez, contratou uma cantora e que teve aquele episódio.”

O R7 entrou em contato com a produtora e aguarda a resposta. O espaço segue aberto para manifestação.


Entenda o caso

O episódio ocorreu durante um ato de campanha no último sábado (24) em São Paulo, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Durante a execução do Hino Nacional, a intérprete usou “linguagem neutra”, o que provocou uma onda de críticas nas redes sociais e gerou dúvidas sobre a possível desvirtuação de um símbolo nacional, considerada uma contravenção penal.

Na ocasião, a cantora Yurungai alterou as palavras “filho” e “filhos” para “filhe” e “filhes”. Em vez de cantar “verás que um filho teu não foge à luta”, ela cantou “verás que filhe teu não foge à luta”, e substituiu “dos filhos deste solo” por “des filhes deste solo”.


De acordo com a Constituição Federal, os símbolos nacionais — a bandeira, o hino, o brasão e o selo — são protegidos por lei, que define normas específicas para suas dimensões, cores e representações.

No caso do Hino Nacional, a lei estabelece que, em qualquer circunstância, o hino deve ser executado na íntegra e com respeito por todos os presentes. A lei proíbe alterações na letra ou na melodia, bem como a realização de arranjos vocais.

Após o episódio, parlamentares tomaram medidas legais para apurar o episódio. A deputada federal Julia Zanatta (PL-SC) apresentou uma notícia-crime à PGR (Procuradoria Geral da República). Já o senador Eduardo Girão (Novo-CE) e a deputada Carla Zambelli (PL-SP) solicitaram ao Ministério Público que investigue e responsabilize os envolvidos pela alteração na execução do Hino Nacional.

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