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Agente do FBI conta como a rede do cartel de El Chapo foi invadida

Centenas de ligações do chefão mexicano foram gravadas depois que o FBI conseguiu a cooperação do técnico de TI responsável pela rede do cartel

Internacional|Fábio Fleury, do R7


Corte federal do Brooklyn, onde acontece o julgamento de El Chapo nos EUA
Corte federal do Brooklyn, onde acontece o julgamento de El Chapo nos EUA

Um agente do FBI depôs durante a maior parte do dia, nesta terça-feira (8), no julgamento do traficante mexicano Joaquín El Chapo Guzmán, e explicou como a rede de comunicações do cartel de Sinaloa foi invadida, produzindo provas importantes contra o chefão.

Stephen Marston explicou que o problema na rede, abordado durante o depoimento do colombiano Jorge Cifuentes, em dezembro, não aconteceu por erro do técnico de TI. Cifuentes achava que a licença do programa de encriptação não tinha sido renovada.

Na verdade, o técnico, Cristián Rodriguez, estava colaborando com o FBI. "Percebemos que, sem um acesso interno, não teríamos como entrar na rede deles", explicou Marston no depoimento.

Infiltrando a rede

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Em 2010, o FBI identificou Rodriguez como o técnico responsável pela manutenção da rede encriptada do cartel de Sinaloa. Após investigar sua vida na Colômbia, ele foi chamado para uma reunião falsa em um hotel de Nova York.

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Nesse encontro, os agentes do FBI o convenceram a cooperar. Com isso, ganharam acesso contínuo às comunicações do cartel e puderam juntar centenas de gravações, entre 2011 e 2012, como provas. Algumas delas foram exibidas aos jurados nesta terça.

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Sem que Chapo e os demais membros do cartel soubesse, o técnico transferiu os servidores da rede do Canadá para a Holanda, onde o governo colaborou com o FBI e permitiu que os dados fossem gravados.

Para checar que o que foi gravado realmente tinha a voz de Chapo, os agentes contaram com uma prova que o próprio traficante forneceu: a entrevista para o ator Sean Penn, divulgada em 2015. "Era ele", disse Marston.

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Telefonemas incriminadores

Nas gravações exibidas no tribunal, Chapo aparece conversando com capangas, dando ordens e, curiosamente, pedindo que um de seus subordinados mais violentos tivesse mais calma ao lidar com a polícia.

"Não cace os policiais, são eles que nos ajudam. Deixe-os em paz, fale com cuidado com eles, senão eles chamam os soldados", diz Guzmán para Cholo Iván, um de seus principais tenentes.

Em outro telefonema, Chapo tenta ensinar Cholo a agir com mais calma ao capturar possíveis alvos: "depois que você amarrar todo mundo, cheque quem são, pra ter certeza que não estamos executando inocentes".

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