Após eleição histórica, líder da extrema-direita alemã deixa partido
Frauke Petry estava isolada dentro do Alternativa para Alemanha
Internacional|ANSA Brasil
A copresidente do partido de extrema-direita e ultranacionalista AfD (Alternativa para a Alemanha), Frauke Petry, confirmou nesta terça-feira (26) que está deixando seu cargo dentro do partido.
Ontem (25), em uma coletiva de imprensa, ela já havia informado que não pretendia ocupar um dos 94 lugares que sua sigla tem direito no Bundestag, o Parlamento alemão. De acordo com fontes próximos ao AfD, a decisão ocorre por divisões internas na sigla.
Apesar da campanha baseada em um discurso extremamente nacionalista, Petry representava uma ala "mais moderada" dentro do partido e pedia uma espécie de "revisão" do partido, colocando objetivos mais práticos em primeiro plano. No entanto, ela estava ficando cada vez mais isolada nessa postura.
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Após a coletiva dessa segunda, quando anunciou que não pretendia assumir seu posto, outra expoente do AfD, Alice Weidel, demonstrou surpresa com a reação. "Esse passo nos surpreendeu porque ainda não vemos nenhuma tendência em nosso grupo. Não consigo entender", disse à imprensa alemã.
A decisão ocorre, justamente, no primeiro dia de reuniões do novo Parlamento alemão. Hoje, os 709 novos deputados, um recorde histórico no Bundestag, começarão os debates e, a chanceler Angela Merkel, tentará montar seu novo governo entre as seis bancadas existentes.
São 246 deputados do partido de Merkel, a União Democrata-Cristã (CDU/CSU), 153 para o Partido Social-Democrata (SPD), 94 para o AfD, 80 para o FDP (Partido Liberal Democrático), 69 para a sigla A Esquerda (Die Linke) e 67 para Os Verdes.
"A campanha eleitoral terminou e nós temos uma grande responsabilidade na relação com nossos eleitores. É óbvio que a linguagem usada na campanha é diferente da que usaremos no Parlamento", disse o líder do partido, Alexander Gauland.
Liberais
Um problema inusitado foi registrado antes da sessão do Bundestag de hoje. O líder dos liberais, Christian Lindner, se recusa a colocar os eleitos de sua sigla sentados ao lado do AfD, informou o jornal "Rheinische Post".