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Ataque do Talibã a veículo com equipe de vacinação deixa quatro mortos e 27 feridos no Paquistão

O atentado ocorreu dois dias após o anúncio do fim do cessar-fogo estabelecido em junho com o governo local

Internacional|Do R7

Ataque do Talibã deixa quatro mortos e 27 feridos no Paquistão
Ataque do Talibã deixa quatro mortos e 27 feridos no Paquistão

Ao menos quatro pessoas morreram e 27 ficaram feridas nesta quarta-feira (30) em um atentado suicida na região oeste do Paquistão reivindicado pelo Talibã, dois dias após o anúncio do fim do cessar-fogo estabelecido em junho com o governo local.

O ataque atingiu um veículo da polícia que escoltava uma equipe de vacinação contra a poliomielite na cidade de Quetta, afirmou à AFP um comandante da força de segurança, Azhar Mehesar.

De acordo com o balanço atualizado, um policial, uma mulher e duas crianças morreram, informou à AFP Wasim Baig, o porta-voz do departamento provincial de Saúde. Entre os 27 feridos estão "21 policiais e duas crianças".

O atentado foi reivindicado pelo grupo Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP, Movimento dos Talibãs Paquistaneses), que suspendeu no início da semana um acordo instável de cessar-fogo estabelecido com o governo em junho e ordenou a seus combatentes que retomassem os ataques em todo o país.


O atentado em Quetta foi executado para "vingar a morte" de um alto comandante e membro do fundador do TTP que faleceu em agosto, durante a trégua, anunciou o movimento em um comunicado.

O TTP é um grupo separado dos talibãs afegãos, mas os dois compartilham a ideologia islâmica de linha dura.


Em menos de uma década, o movimento matou dezenas de milhares de civis paquistaneses e policiais.

O TTP perdeu força a partir de 2014, após grandes operações do Exército paquistanês, mas voltou a ganhar impulso com o retorno do Talibã ao poder no Afeganistão, em agosto de 2021, após a retirada das forças americanas depois de duas décadas de guerra.


Os ataques aumentaram 50% desde então e deixaram 433 mortos, segundo o instituto paquistanês PIPS.

Desconfiança das vacinas

Os militantes islamitas, principalmente os do TTP, investem há anos contra as equipes de vacinação da poliomielite e os policiais responsáveis pela segurança dos profissionais de saúde.

De acordo com a imprensa paquistanesa, mais de 70 vacinadores contra a poliomielite foram assassinados desde 2012, em particular na província de Khyber Pakhtunkhwa (noroeste), onde o TTP tem forte presença.

O Paquistão enfrenta há muitos anos uma onda de teorias da conspiração sobre essas vacinas, que são consideradas parte de um complô ocidental para esterilizar as crianças muçulmanas.

Outras teorias afirmam que as vacinas contêm gordura de porco e, portanto, são proibidas aos muçulmanos.

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A desconfiança, alimentada por religiosos ultraconservadores, aumentou após a campanha falsa de vacinação organizada pela CIA para descobrir o paradeiro do líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, assassinado em 2011 em Abbottabad (norte do Paquistão).

As autoridades paquistanesas iniciaram na segunda-feira (29) uma campanha de uma semana para vacinar mais de 13 milhões de crianças contra a poliomielite.

O Paquistão registrou em abril o primeiro caso, em 15 meses, dessa doença extremamente contagiosa, provocada por um vírus que ataca o sistema nervoso e pode causar uma paralisia irreversível.

Desde então, foram detectados 20 novos casos, segundo o programa nacional de luta contra a poliomielite.

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