Ativistas lutam para libertar 'gorila mais triste do mundo' de shopping na Tailândia
Animal vive em recinto imundo que fica em no último andar de uma loja de departamentos no centro de Bancoc
Internacional|Maria Cunha*, do R7
Os chefes de um zoológico acima de um shopping no centro de Bancoc, na Tailândia, estão se recusando a liberar "a gorila mais triste do mundo" para permitir que ela tenha um breve gostinho de liberdade antes de morrer.
A gorila Bua Noi é mantida em cativeiro em uma gaiola apertada e suja, com barras de metal enferrujadas, desde que chegou da Alemanha, em 1990. O animal nunca colocou os pés fora do piso de concreto.
Mesmo assim, os chefes do shopping Pata contestaram os pedidos do governo, do grupo de direitos dos animais Peta e até da cantora Cher para libertar o animal.
Os ativistas esperam que Bua Noi — que significa "pequena lótus" — seja solta para passar seus últimos dias em um santuário com outros gorilas na Alemanha.
O sofrimento do animal é tanto que até parece haver lágrimas nos olhos de Bua quando ela olha por trás das grades do recinto em que vive, através de uma tela de plástico que a separa dos turistas.
Tentativa de comprar Bua Noi
Acredita-se que os proprietários só libertariam a gorila se o governo da Tailândia a comprasse por 700 mil libras (cerca de R$ 4,3 milhões), informou o site de notícias Matichon.
Mas a empresa de lojas de departamentos recusou a oferta para acabar com a situação de Bua Noi, apesar de o governo ter iniciado uma campanha de arrecadação de fundos.
“Realizamos atividades no passado de campanha para a libertação de Bua Noi e para arrecadar fundos”, disse Thanetpol Thanaboonyawat, secretário do ministro de Recursos Naturais e Meio Ambiente ao Daily Star.
"Mas o problema é que o proprietário se recusa a vender Bua Noi. Quando ele concorda em vendê-la, o preço é muito alto", completa. “Bua Noi é considerada propriedade privada, então não podemos fazer nada para removê-la."
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Maus-tratos ao animal
Além disso, o secretário disse que não havia nada que o governo pudesse fazer para apreender Bua Noi sob as leis de bem-estar animal da Tailândia. “O proprietário comprou Bua Noi antes que as leis fossem introduzidas para impedir o comércio e a posse de animais ameaçados de extinção e animais selvagens", afirmou.
O zoológico de Pata alegou que Bua Noi não seria capaz de se adaptar a uma nova casa e que está “cuidando bem do animal e ciente de que ela pode morrer a qualquer momento devido à sua velhice”, informou o site de notícias Thai Examiner.
O diretor do local, Kanit Sermsirimongkol, ainda disse anteriormente que eles cuidam da gorila “como nossa filha”.
O vice-presidente sênior da Peta, Jason Baker, disse na última terça-feira (25) que Bua Noi estava sendo forçada a viver em “condições horríveis e cruéis” e passando por “extremo sofrimento psicológico”.
“Esta instalação decadente é condenada internacionalmente como um dos piores zoológicos do mundo", afirmou. "Peço a todos que mantenham a pressão sobre o Pata Zoo e exijam que deixem a Peta ajudar a remover esses animais para santuários respeitáveis, que atendam às suas necessidades físicas e mentais."
A situação de Bua Noi surgiu pela primeira vez em 2015, quando ativistas dos direitos dos animais entregaram uma petição que pedia a libertação da gorila e o fechamento do zoológico.