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Austrália avalia asilo de jovem saudita que fugiu da família

Al-Qunun, que abriu uma conta no Twitter neste mês e publicou seu primeiro tweet no domingo, começou a escrever e a postar vídeos na rede social

Internacional|

O Governo da Austrália confirmou nesta quinta-feira (10) que está avaliando o pedido de asilo da jovem saudita que fugiu para Bangcoc após apostatar.

Assim afirmou em entrevista coletiva em Bangcoc a ministra australiana, Marise Payne, depois de se reunir com seu colega tailandês, Sir Pramudwinai, com o qual abordou diversos assuntos bilaterais nesta visita oficial.

Sobre a saudita Rahaf Mohammed Al-Qunun, Payne explicou que "a Austrália está agora imersa no processo de avaliação" do asilo solicitado em seu nome pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), que tem jovem sob sua proteção em Bangcoc.

Payne não disse quanto tempo o processo pode durar e afirmou que depende de Al-Qunun solicitar uma permissão de viagem para a Austrália para esperar o fim do trâmite no próprio país.

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A titular de Exteriores também expressou que seu país está "muito preocupado com a" situação de Hakeem Al-Araibi, um refugiado e jogador bareinita residente na Austrália desde 2014.

Al-Araibi foi detido em Bangcoc em novembro por causa de uma notificação da Interpol, que foi retirada dias depois, e atualmente está em processo de extradição a pedido de Bahrein, que o acusa de causar danos em uma delegacia de polícia, algo que ele nega.

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A Austrália pediu no passado a libertação de Al-Araibi para que possa voltar a solo australiano e Payne ressaltou que seu país seguirá em contato "muito próximo" com as autoridades tailandesas para seguir com sua evolução.

Após viralizar no Twitter, o caso da jovem Al-Qunun, de 18 anos, recebeu uma grande atenção internacional.

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O chefe do Escritório de Imigração tailandês, Surachate Hakparn, indicou a Efe que o pai da jovem saudita, que chegou ontem à Tailândia, sustentou que sua filha fugiu por se sentir "menosprezada".

Surachate disse que o progenitor não se pronunciou sobre as acusações de Al-Qunun, que assegura que sua família a submeteu a um tratamento humilhante e inclusive a ameaçou de morte.

Segundo o policial, o pai, identificado só como um governador da Arábia Saudita, solicitou poder se encontrar com sua filha e que o Acnur a convença para que volte para casa com sua família, pedidos às que foram negados por ela.

Al-Qunun chegou no sábado ao aeroporto de Suvarnabhumi procedente do Kuwait, onde aproveitou que as mulheres não necessitam da autorização de seus "guardiães masculinos" para viajar, como ocorre na Arábia Saudita.

A intenção da jovem era chegar à Austrália, onde queria pedir asilo, após afirmar que tinha apostatado ao Islã e que temia que sua família "a matasse" por isso.

A polícia e a Human Rights Watch (HRW) indicaram a princípio que também fugia de um casamento arrumado, mas o subdiretor da HRW na Ásia, Phil Robertson, disse mais tarde à Agência Efe que este fato não foi confirmado.

A jovem afirmou que um funcionário da companhia aérea Kuwait Airways confiscou seu passaporte em sua chegada e a comunicou que, a pedido da embaixada da Arábia Saudita, seria obrigada a embarcar na segunda-feira em um voo outra vez ao Kuwait, onde era esperada por seus parentes.

Al-Qunun, que abriu uma conta no Twitter neste mês e publicou seu primeiro tweet no domingo, começou a escrever e a postar vídeos na rede social, onde sua história viralizou e hoje em conta com 124 mil seguidores.

A saudita se trancou em seu quarto de hotel na zona de passagem do aeroporto e bloqueou a porta com colchões, por isso que o avião no qual seria deportada saiu na segunda-feira sem ela a bordo.

As autoridades tailandesas sustentaram que a jovem tentou entrar no país, algo que ela nega, e que seu visto foi negado, por isso que seria expulsa ao Kuwait, por ser o local desde o que chegou a Bangcoc.

No entanto, finalmente permitiram que a jovem ficasse aos cuidados do Acnur, que ontem pediu à Austrália que concedesse asilo como refugiada à jovem saudita, que concedeu uma entrada temporária no país.

A Tailândia não é signatária da Convenção dos Refugiados da ONU de 1951 e foi criticada por enviar refugiados e solicitantes de asilo a países onde enfrentam perseguição e inclusive tortura.

Na Arábia Saudita, Al-Qunun poderia ser processada por desobedecer os guardiãos masculinos, danar a reputação do país ou inclusive apostatar, crime que é castigado com pena capital.

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