Autor de ataque na Nova Zelândia terá seu estado mental avaliado
Australiano que matou 50 pessoas em duas mesquitas na cidade de Christchurch passará por duas avaliações, a pedido do juiz responsável
Internacional|Da EFE, com Fábio Fleury

O australiano que foi autor do ataque terrorista ocorrido nas duas mesquitas de Christchurch (Nova Zelândia) em março deverá ser submetido a duas avaliações para determinar seu estado mental, segundo ordenou nesta sexta-feira (data local) o juiz responsável caso.
O magistrado Cameron Mander do Tribunal Superior da cidade de Christchurch pediu dois relatórios preliminares para avaliar a capacidade do acusado de declarar-se inocente ou culpado das 50 acusações de assassinato, uma por cada vítima mortal do ataque, e das 39 por tentativa de assassinato.
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O juiz ressaltou que as avaliações são parte dos procedimentos judiciais regulares, ao assegurar que estas não afetarão o direito do acusado a ter um julgamento justo.
O acusado de 28 anos tinha expressado sua intenção de assumir sua própria defesa, mas na quinta-feira à noite foi informado que o acusado aceitou ser representado pelos advogados Shane Tait e Jonathan Hudson.
Ele participou da audiência de hoje por videoconferência de uma prisão da cidade de Auckland, seguirá detido até sua próxima audiência no próximo dia 14 de junho, data em que deverão ser divulgados os resultados da avaliação de sua saúde mental.
Cerca de 50 familiares das vítimas do ataque às mesquitas de Christchurch acompanharam a audiência junto a mais de 20 jornalistas locais e internacionais sob o olhar de agentes policiais.
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Na saída do tribunal, as famílias das vítimas se negaram a falar com a imprensa argumentando que foi "um dia muito sensível".
Tofazzal Alam, um sobrevivente do ataque, esteve na audiência porque vários dos seus amigos morreram no atentado.
"Ele não expressou nenhuma emoção. Não vi nenhuma emoção em seu rosto", comentou ao referir-se ao acusado, que compareceu pela segunda vez diante da Justiça desde sua detenção em 15 de março, mesmo dia do ataque que transmitiu ao vivo durante 17 minutos nas redes sociais, após publicar seu ideário supremacista.