Califado do Daesh está prestes a ser derrotado na Síria

Movimento encerra um projeto lançado da grande mesquita medieval de Mosul, no norte do Iraque, em 2014

16/02/2019 - 19h29 (Atualizado em 20/04/2024 - 11h54)

Soldados apoiados pelos EUA na Síria devem capturar o último pequeno enclave do Daesh no rio Eufrates, disse o comandante de batalha neste sábado, levando o auto-declarado califado a ponto de ser totalmente derrotado.

Jiya Furat disse que as Forças Democráticas Sírias (SDF) encurralaram os últimos militantes em um bairro da vila de Baghouz, perto da fronteira com o Iraque, sendo atacado por todos os lados.

"Nos próximos dias, em um intervalo muito curto, espalharemos boas notícias para o mundo do fim militar do Daesh", disse, usando o acrônimo árabe do Estado Islâmico.

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Ele falou depois de o presidente americano Donald Trump dizer, na sexta-feira, que haveria grandes anúncios sobre a Síria nas 24 horas seguintes.

Trump prometeu retirar forças americanas da Síria, depois da derrota territorial do Daesh, levantando questões sobre o destino dos aliados curdos de Washington e do envolvimento da Turquia no nordeste da Síria.

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Enquanto o SDF avançou sob fortes ataques aéreos dos EUA nos últimos dias, uma série de civis fugiram dos poucos quilômetros quadrados de aldeias e fazendas ainda dentro do califado do Daesh, junto com jihadistas derrotados tentando escapar sem serem notados.

Apesar de soldados do Daesh ainda se segurarem no centro do remoto deserto da Síria, e terem se escondido como células adormecidas em cidades iraquianas, com capacidade de lançarem ataques, o domínio territorial está quase no fim.

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O movimento encerra um projeto lançado da grande mesquita medieval de Mosul, no norte do Iraque, em 2014, quando Abu Bakr al-Baghdadi aproveitou o caos regional para se proclamar califa, suserano do povo e da terra dos muçulmanos.

Ele estabeleceu um sistema de governo com cortes, moeda e uma bandeira que, no seu auge, se espalhou do noroeste da Síria quase até Bagdá, abrangendo por volta de dois milhões de habitantes.

Mas o seu reinado de terror contra minorias e outros que considerava inimigos, marcado por massacres, escravidão sexual e decapitação de reféns, atraiu uma forte resposta militar da comunidade internacional, que o obrigou a um constante recuo a partir de 2015.

A maioria dos soldados que permanecem em Baghouz são estrangeiros, disse a SDF, entre os milhares convocados pela promessa de Baghdadi por uma nova utopia jihadista, na fronteira entre o Iraque e a Síria, eliminando fronteiras nacionais.

Tudo que resta, disse Furat, é um bolsão com aproximadamente 700 metros quadrados. "Milhares de civis ainda estão presos lá como escudos humanos", disse.

O Observatório de Direitos Humanos da Síria, baseado no Reino Unido, disse que a SDF assumiu o controle de toda Baghouz, após os jihadistas se renderem. Oficiais da SDF negaram essa informação.

O porta-voz Mustafa Bali disse que a SDF capturou vários militantes tentando fugir entre civis. Outros se entregaram.

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Isso incomoda o governo israelense, pelo fato de que o Hezbollah, um dos grupos xiitas, aliado do Irã, inimigo de Israel e também xiita, tem feito movimentações no país. Neste domingo (29), Israel foi suspeito de bombardear uma base na Síria que, segundo opositores do governo de Bashar al-Assad, era um local de treinamento de grupos xiitas

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Em pesquisa com base em vários jornais, Asharq al-Awsat, Sputnik, The New Arab, Daily Star no Líbano, e outros documentos, o embaixador revelou que os militantes são recrutados por toda a Ásia, sendo por ele considerados "extremistas". Com informações do The Jerusalem Post

No grupo, estão incluídos membros da Divisão Fatemiyoun e da Brigada de Seguidores de Zainab, que são xiitas recrutados no Afeganistão e no Paquistão, respectivamente, para atuar na Síria. Além deles há combatentes do Hezbollah e membros das Forças de Defesa Locais. Em 2016, cerca de 700 iranianos haviam morrido em combates no país

Aymenn Jawad al-Tamimi, um membro do Middle East Forum, afirma que esses números variam em função das mudanças de estratégia do Hezbollah, que tem na Síria entre 5 mil e 8 mil combatentes. Muitos deles, porém, se revezam, retornando ao Líbano para capacitações militares

O número de combatentes xiitas vindos do Irã aumentou em novembro de 2017, quando as forças do governo de Bashar al-Assad sofreram baixas, antes de retomar o controle de Aleppo. Na foto, os presidentes Vladimir Putin, da Rússia, e Recep Tayyip Erdogan, da Turquia, com o líder do Hezbollah, Hassan Nassaralah

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— O Hezbollah libanês foi o primeiro a chegar, e as milícias xiitas da Guarda Revolucionária do Irã, do Afeganistão, do Paquistão, do Iêmen e do Iraque estão entre os combatentes que o Irã está confiando no controle da Síria

A estratégia do Irã foi optar por xiitas estrangeiros, por considerar que as Forças de Defesa Locais dos xiitas não estavam tão bem preparadas quanto as de fora, formadas entre outros por iraquianos da Brigada Abou Fadel al Abbas. Eles viajaram para a Síria antes de 2014, com missão de ajudar na defesa do santuário Sayyida Zeynab Shi'ite, perto de Damasco

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