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Cardozo nega intervenção do governo na Lava Jato: "Inverossímil"

Internacional|Do R7

Brasília, 7 mar (EFE).- O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, negou neste sábado que haja interferência nas investigações da Operação Lava Jato e classificou como "inverossímil" a possibilidade de o governo ter interferido em depoimentos que foram prestados em acordos de delação premiada. "É incorreto imaginar-se que o governo tenha influenciado, tenha colocado palavras na boca de pessoas que prestaram depoimentos na presença de membros do Ministério Público", afirmou o ministro em entrevista coletiva em Brasília. "Portanto, essa tese (de influência do governo) é absolutamente inverossímil. Só pode se justificar pelo desejo oposicionista de quem é oposição ou uma leitura equivocada dos fatos que obviamente saltam à vista de todos", acrescentou. Cardozo respondeu assim às declarações nas quais alguns dos acusados, entre eles o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, atribuíram sua inclusão na lista de pessoas investigadas pela Lava Jato a manobras do governo contra políticos que incomodam o Executivo. A pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o magistrado Teori Zavascki, que será o relator dos processos no STF, autorizou ontem à noite a abertura de investigações contra 50 pessoas, entre elas 12 senadores, 22 deputados e 12 ex-deputados. Entre os incluídos na lista estão os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha; o ex-presidente e senador Fernando Collor; e quatro ex-ministros: os senadores Edson Lobão (Minas e Energia) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil); o ex-deputado Mario Negromonte (Cidades) e Antonio Palocci (Casa Civil). Durante a coletiva, Cardozo também citou o fato de a presidente Dilma Rousseff ter ficado de fora da lista de políticos que serão investigados, apesar de ser citada na delação premiada do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. "A presidente não teve pedida qualquer investigação porque não há fatos, não há indícios que pudessem envolvê-la em absolutamente nada nesse episódio", garantiu o ministro. Em sua argumentação, o procurador-geral alegou que o chefe de Estado só pode ser investigado por atos praticados no exercício da presidência e que as irregularidades nas quais foi citada supostamente ocorreram antes que fosse eleita para seu primeiro mandato, em 2010. "É equivocada a leitura de que a presidente não foi investigada porque a Constituição proíbe investigações contra chefes do Executivo. Ela não foi investigada porque não há o que investigar. O ministro disse 'nada há a arquivar,' Não há sequer indícios. Quando há fatos, você diz 'arquive-se'", conclui Cardozo. EFE cm/rsd

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