Cerca de 8 mil cubanos passaram pelo Panamá em 2015 antes de viajar aos EUA
Internacional|Do R7
Cidade do Panamá, 29 jul (EFE).- Aproximadamente 8 mil cubanos passaram temporariamente pelo Panamá neste ano para cruzar a América Central e o México e chegar a Estados Unidos e Canadá, informou nesta quarta-feira o Serviço Nacional de Migração panamenho. "Neste ano, já são quase 8 mil (cubanos)", disse hoje em uma entrevista para uma emissora de televisão local o diretor de Migração, Jesús Carrillo. Os cubanos voam legalmente da ilha até o Equador, um país "que não exige visto de entrada" para eles, e atravessam por terra todo o continente até chegar a Estados Unidos e Canadá. Como não há nenhuma estrada cruzando a floresta de Darién, ligando a Colômbia com o Panamá, os cubanos embarcam em pequenas balsas até La Miel, uma praia do caribe panamenho na cidade de Puerto Obaldía, onde só é possível chegar por mar. Lá são recebidos pelo Serviço Nacional de Fronteiras do Panamá (Senafront), "fichados" e notificados de que têm uma semana para deixar o país centro-americano para não entrar em uma "situação de ilegalidade", detalhou o funcionário. Os cubanos são os únicos cidadãos no mundo todo que "assim que conseguem pisar em território americano" recebem permissão de residência, um "privilégio" que termina se convertendo em um "estímulo", explicou o diretor panamenho de Migração. A passagem de cidadãos cubanos pelo Panamá é um fenômeno que foi "crescendo a passos gigantescos nos últimos tempos", segundo o funcionário, devido ao temor dos cubanos de que haja uma mudança em sua situação legal nos Estados Unidos com o restabelecimento das relações diplomáticas. Os 8 mil cubanos se somam a quase 3 mil pessoas procedentes de países da África e Ásia que passaram pelo Panamá neste ano e que procedem em sua maioria de Índia, Paquistão, Camarões e Burkina Fasso, e chegam ao continente americano em voos que aterrissam principalmente no Brasil e no Peru. Ao contrário dos cidadãos de Cuba, esses imigrantes dispõem de ainda menos recursos e se veem obrigados a atravessar a pé a perigosa floresta de Darién. No mês passado, cinco cidadãos de Gana, na África, morreram durante a travessia de um rio na floresta. EFE mmm/rpr