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China: 'Restrições de fronteira precisam ser científicas e não podem afetar viagens'

Reino Unido, Espanha, Estados Unidos, Itália e Japão endureceram as regras para entrada de viajantes que chegam do país asiático

Internacional|Do R7, com EFE

China enfrenta disparada de infecções pelo novo coronavírus
China enfrenta disparada de infecções pelo novo coronavírus

O Ministério das Relações Exteriores da China declarou na última sexta-feira (30) que as políticas de prevenção contra a Covid-19 devem ser “baseadas na ciência”, “proporcionais” e “não afetar as viagens normais”, depois de vários países terem imposto medidas aos viajantes com viagem com origem no país asiático.

Nações como Reino Unido, Espanha, Estados Unidos, Itália, Índia, Taiwan, Coreia do Sul, Malásia e Japão anunciaram nesta semana novas restrições — como exigência de testes de PCR para viajantes do país asiático — após o registro, na China, de aumento exponencial de infecções como resultado do relaxamento das fortes medidas anti-Covid que manteve por quase três anos.

Para justificar a decisão, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA citaram o aumento de infecções e a falta de informações adequadas e transparentes da China.

"As medidas não podem afetar o intercâmbio e a cooperação", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Wang Wenbin.


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O porta-voz acrescentou que "muitos países anunciaram que saúdam" a decisão chinesa de "facilitar as viagens transfronteiriças", referindo-se à retirada por Pequim das quarentenas obrigatórias para os passageiros que chegam à China. Essas regras novas entrarão em vigor em 8 de janeiro, data após qual será necessário um teste de PCR negativo antes de embarcar para a nação asiática.

Recentemente, o diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarou: "Na ausência de informações mais amplas da China, pode-se entender que países ao redor do mundo ajam da maneira que pensam que podem proteger sua população".


Em resposta ao especialista etíope, Wang disse que "especialistas médicos de diversos países disseram que as restrições de entrada de viajantes que chegam da China são desnecessárias".

O chefe da equipe de especialistas da Comissão de Saúde da China, Liang Wannian, declarou na quinta-feira que a nação asiática vai continuar a "analisar, sequenciar e reportar variantes do coronavírus" e que, caso as autoridades encontrem "uma nova variante causando alterações na patogenicidade, virulência ou transmissibilidade", a OMS seria notificada "imediatamente".


Na semana passada, a OMS mostrou-se "muito preocupada" com a evolução da epidemia na China e exigiu "mais informação", ao que Pequim respondeu que tem compartilhado os seus dados "de forma aberta e transparente" desde o início do pandemia.

Há dúvidas sobre a confiabilidade dos números oficiais, que relataram apenas um punhado de mortes recentes pela doença, apesar do fato de que, por exemplo, a província de Zhejiang (no leste) estimou recentemente que 1 milhão de seus habitantes eram infectados todos os dias.

Segundo um especialista citado pela imprensa do estado, as mortes causadas por doenças subjacentes em pacientes que foram infectados pelo coronavírus não são contabilizadas como mortes por Covid.

A partir de 8 de janeiro, a Covid deixará de ser uma doença de categoria A na China, o nível de perigo máximo e para a qual a contenção requer medidas mais severas, para passar a ser uma doença de categoria B, que contempla um controle mais frouxo, marcando assim na prática o fim da política de Covid zero, que vigorava havia quase três anos.

O governo chinês garantiu no início deste mês que estavam reunidas as "condições" para que o país ajustasse seus protocolos diante de uma "nova situação" em que o vírus causa menos mortes.

A onda subsequente de infecções causou grande pressão em hospitais e necrotérios de cidades como Pequim e Chongqing, segundo depoimentos colhidos nas redes sociais do país.

As mudanças surgiram devido ao cansaço em razão das restrições cristalizadas em protestos em vários pontos do país após a morte de dez pessoas em um prédio aparentemente com habitantes confinados em Urumqi (noroeste), com slogans como "Não quero PCR, quero comer" ou "Devolva minha liberdade".

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