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Colômbia registra 10 líderes sociais assassinados em 2020, diz ONU

Instituto local, no entanto, aponta que o número de defensores mortos chega a 19; se incluídos familiares das vítimas, o total pode ser ainda maior

Internacional|Mariana Ghirello Do R7, com agências internacionais

Nos últimos 4 anos, mais de 555 líderes sociais foram assassinados
Nos últimos 4 anos, mais de 555 líderes sociais foram assassinados Nos últimos 4 anos, mais de 555 líderes sociais foram assassinados

Nos primeiros dias de janeiro, a Colômbia registrou quase um líder social assassinado por dia. Jorge Luis Betancourt Ortega vivia no município de Montelíbano, no departamento de Córdoba, no norte da Colômbia. Lá, era organizava a comunidade rural em torno de eventos esportivos. Na tarde de segunda, homens armados dispararam contra ele, dentro de sua casa.

Protesto reúne milhares contra assassinatos de líderes na Colômbia

Ao sul do país, a história se repete poucas horas depois, o indígena Yaiber Alexander Quitumbo foi assassinado na última terça-feira dentro da reserva indígena em Toribio, no Cauca. Os casos apesar de distantes geograficamente, são muito semelhantes, pistoleiros armados vão aos territórios rurais disparam contra matar líderes sociais e vão embora.

De acordo com a missão da ONU (Organização das Nações Unidas), foram registrados ao menos dez líderes sociais assassinados na Colômbia. Contudo, para o Indepaz (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a paz) este número pode ser ainda maior, 19 pessoas se somados familiares de líderes e ex-combatentes da antiga FARC-EP.

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Em vídeo publicado no Twitter, Marta Hurtado do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos afirmou que estão ‘profundamente’ preocupados pelo alto número de líderes sociais assassinados na Colômbia. Em 2019, a ONU registrou 107 defensores de direitos humanos, mas outros 13 casos estão pendentes de confirmação, o que pode elevar a cifra para 120.

Hurtado lembrou que o aumento dos casos de assassinatos de líderes sociais se incrementou em 2018, com 115 confirmados pelo Alto Comissariado. “Esta terrível tendência não mostra desaceleração em 2020. Reiteramos nosso chamado ao governo da Colômbia para redobre seus esforços para prevenir ataques contra pessoas que defendem direitos fundamentais”, reforçou.

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Morte de mulheres

Segundo Carlos Negret, Defensor do Povo - órgão responsável por fiscalizar e vigiar os direitos civis e humanos no país - além do aumento de assassinatos de líderes sociais, houve um crescimento nos ataques às lideres sociais mulheres. “Passamos de 12 a 19 mulheres assassinadas entre 2018 e 2019, isso representa um aumento de 63%”, lamenta.

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O defensor destaca, por exemplo, que parte destas mulheres ameaçadas estão no departamento de Putumayo, conhecido produtor de coca, onde atores armados estão presentes e contra o trabalho da substituição dos cultivos de uso ilícito. “Foram 555 homicídios nos últimos quatro anos que deixam uma profunda ferida aos direitos humanos e à democracia na Colômbia”, destaca.

Para o especialista Ariel Ávila, da Fundação Paz e Reconciliação, os líderes sociais são alvo de vários grupos armados na Colômbia. Ele explica que o número de mortos nas duas primeiras semanas de janeiro manteve o mesmo ritmo das duas últimas de dezembro, quando foram mortos até dois líderes sociais por dia.

Ávila conta que a maioria dos assassinatos ocorre através de pessoas contratadas para matar, contudo, apesar das investigações, as autoridades nunca conseguem chegar aos autores intelectuais dos crimes. "Quase 70% são mandantes não identificados, nos outros 30% são dissidências de grupos conhecidos como guerrilhas e narcotraficantes, ou grupos armados conhecidos", explica. 

Ele afirma que estas pessoas assassinadas são, em geral, aquelas que reclamam expulsão de terras, fazem denúncias contra violações de direitos humanos ou cultivos ilícitos, ou ainda, atuam políticamente e chegam até a ser eleitos.

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