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Com escala no Catar, Dilma viaja para participar da Cúpula do G20

Internacional|Do R7

Brasília, 10 nov (EFE).- A presidente Dilma Rousseff viajou nesta segunda-feira para o Catar, onde entre amanhã e quarta-feira realizará uma visita de trabalho, para depois seguir rumo à Austrália e participar da Cúpula do G20, no próximo final de semana. O avião da presidente realizará ainda uma breve escala para abastecer na cidade de Las Palmas de Gran Canaria, na Espanha, de onde seguirá imediatamente rumo a Doha. Na quarta-feira será recebida pelo emir do Catar, Tamim bin Hamad al-Thani, e depois viajará para a cidade australiana de Brisbane, onde no próximo fim de semana participará da Cúpula do G20. "Será um rápido encontro bilateral" de caráter privado, disse à Agência Efe uma fonte oficial sobre essa reunião com o emir catariano, que receberá Dilma em sua residência oficial. A visita ao Catar será a primeira da presidente a outro país desde sua reeleição no último dia 26 de outubro. Na Austrália, perante o fórum que reúne as principais economias do mundo, Dilma insistirá que os países mais desenvolvidos devem adotar medidas para estimular o crescimento mundial e evitar que a crise acabe por contaminar totalmente as nações emergentes. "A presidente falará sobre a necessidade de uma retomada do crescimento global e, para isso, é necessário que os países se mobilizem, especialmente aqueles que têm espaço fiscal para isso", declarou o secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Carlos Cozendey. No caso do Brasil, Dilma explicará que seu governo já executou ou prevê executar um pacote de investimentos de US$ 50 bilhões em áreas de infraestruturas para o próximo quadriênio, o que deverá ajudar a retomar o crescimento do país, que se estagnou nos últimos anos. Após ter crescido 7,5% em 2010, a economia brasileira avançou 2,7% em 2011, apenas 1% em 2012 e 2,3% em 2013, enquanto o governo calcula para este ano uma expansão de 0,9%, embora o Banco Central rebaixe essa previsão para 0,6%. Os especialistas do mercado financeiro, no entanto, situam a taxa de crescimento para este ano em 0,2%. Perante os líderes do G20, Dilma também ressaltará que devem ser dados passos mais firmes rumo a uma profunda reforma de todas as instituições internacionais e que é necessário reforçar os mecanismos de controle aos mercados financeiros. A presidente fará especial ênfase nesse último ponto, no qual também reiterará a solidariedade de seu governo com a Argentina no marco do conflito que esse país mantém por sua dívida externa com fundos especulativos. O Brasil apoiou decisivamente à Argentina nesse conflito e a própria Dilma já tinha anunciado antecipadamente que abordaria o assunto no G20, tal como a própria presidente argentina, Cristina Kirchner, que finalmente não viajará à Austrália devido a problemas de saúde. Durante a Cúpula do G20, Dilma também deve encontrar-se com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, no que será a primeira reunião formal entre os dois desde que um escândalo de espionagem turvou a relação bilateral em 2013. O conflito diplomático surgiu depois que o ex-analista da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos EUA, Edward Snowden, denunciou que Washington tinha espionado as comunicações pessoais de Dilma, assim como de ministros e de empresas brasileiras, como a Petrobras. Após essas denúncias de Snowden, a presidente suspendeu uma visita de Estado que tinha previsto fazer a Washington em outubro do ano passado. "Adotaremos todas as medidas necessárias para continuar com nossas relações estratégicas, incluindo visitas de Estado recíprocas", declarou Dilma há dez dias após uma conversa por telefone com Obama, que ligou para felicitá-la por sua reeleição. EFE ed/rsd

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