Logo R7.com
Logo do PlayPlus

Corte de El Salvador absolve mulher vítima de abuso acusada de aborto

Imelda Cortez foi estuprada pelo padrasto por anos, deu à luz em condições degradantes e foi presa por 18 meses por supostamente tentar matar a filha

Internacional|com Cristina Charão, do R7

Imelda presa 18 meses, acusada de tentar abortar
Imelda presa 18 meses, acusada de tentar abortar

Uma mulher de El Salvador acusada de tentativa de aborto depois de ser estuprada pelo padrasto foi libertada por um tribunal na segunda-feira (18), após passar mais de 18 meses na prisão devido às rígidas leis do país.

Imelda Cortez, de 20 anos, deu à luz em uma latrina em abril de 2017 e deixou o bebê no local. Mais tarde, quando foi tratada em um hospital, os médicos suspeitaram que ela havia tentado realizar um aborto e denunciaram a jovem à polícia.

A corte determinou que Imelda, que não sabia estar grávida, não tentou matar a filha.

Leia também

A menina sobreviveu e testes de DNA comprovaram que ela é filha do padastro de Imelda, que a abusava desde que a jovem tnha 11 anos. O homem está preso e aguarda julgamento por abusar de um menor, disseram procuradores salvadorenhos.


VEJA TAMBÉM: Novo caso chocante marca 6 anos de estupro coletivo que abalou a Índia

Ao deixar a corte, Imelda, que foi presa pouco depois do parto, foi recebida por parentes e ativistas de direitos humanos segurando cartazes exigindo sua libertação.


Outras 26 mulheres presas

Independente do resultado favorável a Imelda no julgamento, a punição aplicada a Imelda colocou na berlinda a dura legislação salvadorenha sobre os direitos das mulheres.


Em 1997, o país aprovou uma reforma no do Código Penal criminalizando qualquer forma de aborto e estabelecendo algumas das penas mais severas do mundo contra mulheres que fazem abortos ou aqueles que são suspeitos de auxiliá-las, mesmo quando a vida da mulher está em risco.

— Acompanhe o noticiário internacional no R7 —

De acordo com o CDFA (Grupo Cidadão pela Descriminalização do Aborto em El Salvador), pelo menos outras 26 mulheres estão presas no país, acusadas injustamente de terem realizado abortos. O perfil delas se assemelha ao de Imelda: são jovens, em situação de pobreza e vulnerabilidade.

Os advogados da CDFA dizem que as condenações por esses crimes são muitas vezes baseadas em evidências médicas frágeis, pois é difícil para os médicos provar se alguém fez um aborto, quanto mais tentar fazê-lo.

No início deste ano, as Nações Unidas pediram a El Salvador que revisasse sua lei sobre o aborto e revisasse todos os casos em que mulheres foram presas.

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.