Daesh reivindica atentado contra minoria hazara no Paquistão
Grupo conhecido como Estado Islâmico realizou um ataque suicida que matou 20 pessoas em um mercado da cidade de Quetta
Internacional|EFE

O grupo terrorista Daesh, também chamado de Estado Islâmico (EI) reivindicou neste sábado (13), através da agência de notícias "Amaq", a autoria do atentado que matou ontem 20 pessoas, quase metade delas pertencentes à minoria xiita hazara, em um mercado da cidade de Quetta, no oeste do Paquistão.
O ataque foi perpetrado por um suicida que explodiu uma bomba no meio de um grupo de "renegados", em referência aos xiitas, segundo a "Amaq".
Além disso, os extremistas divulgaram na rede social Telegram uma fotografia do agressor, identificado como Ozman al Balushy, equipado com um colete explosivo e um fuzil AK47, com o rosto coberto e fazendo o símbolo da vitória com os dedos.
O atentado ocorreu ontem na região de Hazarganji da insegura cidade de Quetta, quando várias pessoas estavam no mercado.
Fontes policiais indicaram então à Agência Efe que a explosão foi provocada por uma bomba de fabricação caseira escondida em um saco de batatas e não por um suicida, como afirma a "Amaq".
O inspetor-geral adjunto da cidade, Abdul Razzaq Cheema, também considerou provável que se tratasse de um ataque dirigido contra esta minoria, que costuma comparecer diariamente ao mercado com escolta policial desde as zonas fortemente protegidas onde vivem.
Mas Ziaullah Langove, ministro de Interior da província de Baluchistão, onde ocorreu o atentado, rejeitou a versão de que os hazaras eram o alvo do ataque.
Os hazaras são uma minoria étnica originária do centro da Ásia que costuma sofrer ataques sectários de grupos fundamentalistas da maioria muçulmana sunita.
Em 2013, três massacres em bairros xiitas e hazaras das cidades de Quetta e Karachi, no sul do Paquistão, deixaram mais de 250 mortos.
O EI reivindicou a autoria de vários ataques em solo paquistanês, entre eles o de julho de 2018 contra um comício eleitoral, com 153 vítimas, em um dos piores atentados da história do país.
A violência terrorista diminuiu consideravelmente no Paquistão desde que o exército lançou uma operação nas zonas tribais do noroeste em junho de 2014, que mais tarde se ampliou ao resto do país. EFE