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De volta a Washington, Trump flerta com ideia de buscar novo mandato em 2024

Ex-presidente discursa, ataca Joe Biden e diz que está se preparando para 'um retorno incrível'

Internacional|Do R7

Donald Trump na noite desta terça (26), em Washington, onde discursou para apoiadores
Donald Trump na noite desta terça (26), em Washington, onde discursou para apoiadores

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump voltou a Washington, nesta terça-feira (26), pela primeira vez desde sua controversa saída da Casa Branca, em 2021, e fez um discurso de candidato em campanha, flertando com a possibilidade de buscar um novo mandato.

Convidado pelo America First Policy Institute, um painel de especialistas administrado por seus aliados, o bilionário de 76 anos apresentou um plano de ação para o "próximo presidente republicano".

Por mais de uma hora e meia, Trump voltou a abordar seus temas favoritos, em particular a luta contra a imigração e o crime, enquanto continuava a atacar seu sucessor, Joe Biden, a quem ele acusa de ter "colocado os Estados Unidos de joelhos".

Depois de ter pintado um país apocalíptico, Trump declarou: "A história está longe de terminar, e estamos nos preparando para um retorno incrível, não temos escolha".


Em janeiro de 2021, o ex-magnata do setor imobiliário deixou o poder duas semanas após centenas de seus apoiadores terem invadido violentamente o Capitólio.

Desde então, o ex-presidente não retornou à capital federal e foi alvo de uma investigação parlamentar encarregada de esclarecer seu papel no ataque à sede da democracia americana.


A comissão organizou uma série de audiências públicas que revelaram o enredo do ataque e as tentativas do ex-presidente de reverter os resultados das eleições para permanecer no poder.

"É tudo uma armação", criticou Trump nesta terça-feira, ao afirmar que a comissão é composta de "piratas políticos e bandidos".


"Eles realmente querem me machucar para que eu não possa trabalhar para vocês de novo, mas eu não acho que isso vá acontecer", acrescentou, com uma risada.

"Mais quatro anos!", gritaram em resposta apoiadores do ex-presidente que assistiam ao discurso.

Coincidentemente, Mike Pence, que foi vice-presidente de Trump, também estava em visita nesta terça-feira a Washington, onde ressaltou as diferenças ideológicas com o magnata durante um discurso para jovens conservadores.

"Não concordamos nas prioridades", declarou Pence ao apresentar um programa focado na luta contra o aborto, na proteção do direito ao porte de armas e na liberdade religiosa.

"É absolutamente essencial, em um momento em que tantas famílias americanas estão sofrendo, que não cedamos à tentação de olhar para trás", disse Pence, um cristão conservador.

O ex-número 2 da Casa Branca, que também tem ambições presidenciais, classificou o ataque ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021, de "um dia trágico".

Trump nunca aceitou a derrota e acusa, sem provas, "fraudes eleitorais em massa" e "uma eleição roubada".

Contudo, o ex-presidente não abordou o tema nesta terça-feira. "Sempre digo que fui candidato uma primeira vez e ganhei e que fui candidato uma segunda vez e fui muito melhor", declarou.

"Talvez tenhamos que fazer isso novamente", completou.

Trump mantém um lugar central nas fileiras republicanas com um núcleo de apoiadores leais, o que o colocaria na primeira posição caso decidisse se candidatar à Presidência.

As críticas afetaram sua imagem, porém, permitindo que adversários como o governador da Flórida, Ron DeSantis, ganhassem terreno.

Cerca de metade dos eleitores republicanos que votam nas primárias preferiria outro candidato a Trump, de acordo com uma pesquisa recente do jornal The New York Times e do Siena College.

Na semana passada, o Wall Street Journal e o New York Post, de propriedade da influente família Murdoch, publicaram editoriais em que criticavam o comportamento de Trump em 6 de janeiro de 2021.

Em um texto incomumente crítico, o New York Post afirmou que o bilionário se mostrou "indigno" de voltar à Casa Branca.

Apesar de tudo, seu discurso nesta terça-feira teve repercussão. "Chamem-me de antiquado, mas não acho que incitar uma multidão a atacar policiais seja 'respeitar a lei'", tuitou Biden.

"Você não pode ser pró-insurreição e pró-polícia, nem pró-democracia ou pró-americano", acrescentou o presidente, que pode buscar a reeleição em 2024.

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