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Dilma defende resgate da memória dos crimes da ditadura militar

Internacional|Do R7

Manuel Pérez Bella. Rio de Janeiro, 31 mar (EFE).- A presidente Dilma Rousseff, o Legislativo e movimentos de direitos humanos se uniram nesta segunda-feira para defender o resgate da memória dos crimes da ditadura militar, na véspera do cinqüentenário do golpe de Estado que a instaurou em 1 de abril de 1964. "O dia de hoje exige que lembremos e contemos o que aconteceu. Devemos isso a todos que morreram e desapareceram, aos torturados e perseguidos, a suas famílias, a todos os brasileiros", afirmou Dilma em discurso no Palácio do Planalto. A presidente postou ainda esse mesmo trecho em sua conta no Twitter. Ela lembrou que há 50 anos o Brasil deixou de ser um país de instituições ativas, independentes e democráticas, e que por 21 anos a liberdade e os sonhos foram calados. Dados oficiais dão conta de que este negro período da história deixou cerca de 360 mortos. Contudo, movimentos sociais estimam que a ditadura tenha deixado mais de mil mortos e cerca 400 desaparecidos, além de 90 mil vítimas de tortura. "A dor que nós sofremos, as cicatrizes visíveis e invisíveis que ficaram nesses anos, elas podem ser suportadas e superadas porque hoje temos uma democracia sólida e podemos contar nossa história". A presidente lembrou que há dois anos ela instalou a Comissão Nacional da Verdade, que investiga graves violações de direitos humanos ocorridas entre 18 de setembro de 1946 e 5 de outubro de 1988. "Se existem filhos sem pais, se existem pais sem túmulos, se existem túmulos sem corpos, nunca, nunca, mas nunca mesmo, pode existir uma história sem voz", reafirmou Dilma. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, assumiu hoje o "dever constitucional" de pedir perdão às vítimas da ditadura e assim o fez em um ato comemorativo realizado na sede da Ordem de Advogados do Brasil (OAB), em Brasília. "Em nome do estado brasileiro, gostaria de pedir desculpas aos que foram atingidos pela ditadura, que foram presos pela ditadura. Eu me lembro de figuras que ocuparam o mesmo posto e disseram 'nada a declarar'. Eu, não. Eu tenho o dever constitucional de pedir perdão", manifestou o ministro. Vários senadores foram além e defenderam em uma sessão no Senado a revisão da Lei da Anistia. O senador João Capiberibe, que fez a solicitação para que a solenidade ocorresse, anunciou que a Subcomissão da Memória, Verdade e Justiça apoiará ativamente uma campanha lançada pela Anistia Internacional para recolher assinaturas online para que casos de tortura, assassinato e estupro sejam considerados crimes contra a humanidade. Por ocasião da data, vários atos políticos e debates estão acontecendo hoje em várias instituições. Um dos mais significativos aconteceu em São Paulo, na antiga sede do Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), onde centenas de pessoas lembraram às vítimas da repressão. No pátio do prédio, onde atualmente funciona a 36ª Delegacia Policial (DP), na região do Paraíso, um numeroso grupo de familiares de vítimas levava fotografias em preto e branco de seus parentes assassinados ou que foram declarados "desaparecidos", enquanto pedia a punição dos responsáveis pelas mortes e torturas. EFE mp/cdr (foto)

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