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Dois dias de protestos violentos deixam um rastro de 75 mortos na Ucrânia

Pelo menos 67 policiais foram sequestrados pelos manifestantes durante os confrontos

Internacional|Do R7, com agências internacionais

Violência em Kiev formou um cenário de guerra na praça central da cidade
Violência em Kiev formou um cenário de guerra na praça central da cidade

O Ministério da Saúde da Ucrânia contabilizou na última quinta-feira (20) em 75 pessoas o número oficial de mortos durante os distúrbios registrados nos últimos dois dias.

Os partidos da oposição por sua parte situam em quase 100 o número de mortos apenas na sangrenta jornada de de ontem. Pelo menos 363 pessoas foram hospitalizadas, segundo os dados atualizados das autoridades sanitárias do país.

Entre os mortos estão 13 policiais, segundo o Ministério do Interior, que também denunciou a tomada como reféns pelos manifestantes de 67 de seus soldados.

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Violência explode mais uma vez na Ucrânia e deixa dezenas de mortos nesta quinta-feira (20)

O ministro do Interior ucraniano, Vitali Zajarchenko, ordenou na quinta-feira a entrega de armas de combate aos policiais e advertiu que a lei lhes permite utilizá-las contra os extremistas.


"Hoje (quinta) se abriu fogo contra os soldados policiais com armas de fogo. Nas ruas morrem não apenas os agentes da ordem, mas os cidadãos pacíficos", denunciou.

A mesma advertência foi lançada pelo Ministério da Defesa, que lembrou que os soldados podem usar suas armas para defender sua vida e as instalações militares.


Eleições antecipadas

O presidente ucraniano, Viktor Yanukovytch, declarou ontem aos enviados da União Europeia que está disposto a realizar eleições presidenciais e parlamentares antecipadas em 2014, afirmou em Kiev o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk.

"Foi decidido com Yanukovytch a realização de eleições presidenciais e parlamentares este ano e a formação de um governo de união nacional nos próximos dez dias", declarou à imprensa Tusk, após uma reunião em Kiev dos ministros das Relações Exteriores de Polônia, França e Alemanha com o mandatário ucraniano.

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O documento discutido com o governo de Kiev pelos ministros da UE oferece, "possivelmente, alguma esperança de romper o ciclo de violência", acrescentou o diplomata.

"Mas a experiência nos mostrou que os compromissos assumidos pela administração ucraniana raramente são respeitados", acrescentou Tusk.

Segundo uma fonte francesa, as negociações dos três ministros das Relações Exteriores da União Europeia nesta quinta-feira em Kiev não chegaram a alcançar um acordo para sair da crise, embora o presidente Yanukovytch tenha feito algumas concessões.

Operação antiterrorista

A Rada Suprema (Parlamento da Ucrânia) proibiu na quinta-feira a operação antiterrorista anunciada ontem pelos serviços de segurança e dirigida contra manifestantes radicais que tomaram dezenas de administrações e edifícios oficiais nos últimos dois dias.

Dos 238 deputados reunidos na sessão extraordinária da Rada, apenas dois se recusaram votar a favor da proibição, que foi aprovada por nove votos a mais dos que seriam necessários se a totalidade dos 450 legisladores ucranianos estivessem presentes.

Aleksandr Yakimenko, chefe do Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU, na sigla em ucraniano), anunciou na quarta-feira a decisão de lançar uma operação antiterrorista em todo o país na qual poderia participar o exército.

Prateleiras vazias

Os moradores de Kiev sacaram todo o dinheiro dos caixas eletrônicos e estocaram mantimentos na quinta-feira, quando boa parte da população ficou fora das ruas da capital ucraniana depois do pior dia de violência desde que o país emergiu do colapso da União Soviética.

Muitas lojas, bancos e restaurantes no centro de Kiev, normalmente lotado, nem sequer abriram as portas enquanto a Praça Independência era tomada por uma nova onda de confrontos entre a polícia antidistúrbios e manifestantes que exigem a saída do presidente.

Até agora o conflito não se espalhou para muito além da praça principal, conhecida como Maidan, e a vida no resto da capital continua como antes, mas os moradores disseram que esta semana as áreas centrais estão estranhamente calmas.

"Quase todo mundo que não está na Maidan ficou em casa. Todo mundo está assustado, você pode notar: as prateleiras dos supermercados estão vazias. Nós não sabemos por quanto tempo isto pode continuar", disse Stanislav Mostovoy, um vendedor de 26 anos.

Iryna, uma mãe solteira que andava até a Maidan para doar uma sacola de agulhas hipodérmicas e material para transfusões de sangue para os feridos, disse não ser surpresa que as ruas estivessem vazias.

"Você sairia se houvesse francoatiradores nos tetos da sua cidade? Isto é essencialmente guerra", disse ela.

Todas as escolas e creches no centro de Kiev fecharam nesta semana, e o sistema de metrô da cidade foi interrompido em um determinado ponto, embora tivesse sido reaberto com operações limitadas nesta quinta-feira.

A maioria dos caixas eletrônicos no centro da cidade estava sem dinheiro, enquanto um grande número de pessoas ficava na fila para sacar.

Um executivo de banco disse à Reuters que estava avaliando fatias de pão num comércio para ver se estavam frescas quando a atendente disse: "Não seja tão exigente. Esse pode ser o último pão que você verá por um bom tempo."

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