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Entenda o papel da Otan e por que a Rússia quer manter a Ucrânia fora da aliança

Fundada em 1949, a organização é formada por 30 países e tem como objetivo a defesa incondicional dos Estados-membros

Internacional|Lucas Ferreira, do R7

Otan surgiu poucos anos após o término da Segunda Guerra Mundial
Otan surgiu poucos anos após o término da Segunda Guerra Mundial Otan surgiu poucos anos após o término da Segunda Guerra Mundial

A Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) está nas manchetes dos jornais como um dos elementos principais do conflito entre Rússia e Ucrânia. A aliança militar, formada em 1949 com o objetivo de defender incondicionalmente os Estados-membros, tem uma longa história com a União Soviética.

Em entrevista ao R7, o pesquisador em relações internacionais Nathan Morais explica que a influência geopolítica da União Soviética no pós-Segunda Guerra Mundial foi um dos fatores que ajudaram na criação da Otan.

“Basicamente, a Otan surge para conter a influência geopolítica da União Soviética”, declara Morais, que ressalta a importância da aliança para a “reintegração da Alemanha Ocidental na comunidade europeia”.

A criação da Otan é uma consequência direta do Tratado de Dunquerque, de 1947, estabelecido por Reino Unido e França. Ambos os acordos preveem a defesa dos envolvidos nos tratados em caso de invasão de outros países.

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“A Otan é uma aliança militar que consiste em um sistema de segurança coletiva, no qual os integrantes concordam mutuamente em defender qualquer um de seus membros em um caso de ataque por um ator externo.”

Buscando uma aproximação do Ocidente e maiores garantias de segurança, a Ucrânia passou a sinalizar desde 2014 o interesse de se juntar aos 30 Estados-membros da Otan. Entre os integrantes do tratado estão Canadá e Estados Unidos, além de 28 nações europeias.

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Se durante a criação da Otan um dos objetivos era frear a influência da União Soviética, a Rússia vive até os dias de hoje certos desentendimentos com a organização. Para Morais, Vladimir Putin pode temer uma perda de soberania com o ingresso da Ucrânia na aliança militar.

“Se pegarmos um mapa e olharmos, [veremos que] a Rússia está cercada por países-membros da Otan. A Rússia faz fronteira até com os Estados Unidos, se contarmos com o Alasca. Ainda tem o Canadá ali do lado”, destaca o pesquisador.

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Otan e Rússia já estiveram na mesma página

Soldados franceses da Otan em treinamento na Estônia
Soldados franceses da Otan em treinamento na Estônia Soldados franceses da Otan em treinamento na Estônia

Apesar de uma das exigências da Rússia para desescalar o conflito com a Ucrânia ser a promessa da redução de influência da Otan nas fronteiras do país, um dia a organização e os russos estiveram na mesma página.

"A Rússia, teoricamente, é parceira da Otan, já que assinou um acordo para a paz em 1994. Também existe o conselho Rússia-Otan, fundado em 2002. Com a invasão russa na Crimeia, a cooperação foi suspensa.”

A tensão entre o país e a organização alcançou novos níveis quando a Otan expulsou diplomatas russos dos escritórios de Bruxelas, sede da aliança. Como retaliação, a Rússia tomou a mesma atitude com relação aos membros da Otan que estavam em Moscou.

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Por não fazerem parte da aliança ocidental, os russos lideraram um acordo próprio em 1992, conhecido como OTSC (Organização do Tratado de Segurança Coletiva). Além da Rússia, outros cinco membros fazem parte do tratado: Armênia, Belarus, Cazaquistão, Quirguistão e Tadjiquistão. Afeganistão e Sérvia são considerados Estados observadores desde 2013.

A Ucrânia pode entrar na Otan?

Presidente Volodymyr Zelensky pede ao Ocidente que não incentive tensões entre Ucrânia e Rússia
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Morais não crê que a Ucrânia se una à Otan em um futuro breve, uma vez que essa movimentação do país pode causar uma escalada militar russa ainda maior.

O pesquisador também descarta um conflito militar armado entre a Rússia e a Ucrânia, uma situação que poderia envolver grandes potências bélicas mundiais. Para Morais, não há mais espaço para esse tipo de guerra no século 21.

“Há uma crise militarizada? Sim. Há movimentações de tropas, tem todas essas rusgas que estamos vendo. Mas guerra em alto escalão não acredito que haverá”, conclui Morais.

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