Estados Unidos denunciam tentativa golpe de Estado na Gâmbia
Internacional|Do R7
Washington, 30 dez (EFE).- Os Estados Unidos denunciaram nesta terça-feira (data local) a tentativa de golpe de Estado ocorrida na Gâmbia, negada pelo país africano, e pediram que as partes envolvidas evitem uma escalada da violência. "Estamos cientes dos relatos sobre um golpe de Estado na Gâmbia. Condenamos totalmente qualquer tentativa de tomar o poder com mecanismos não contemplados pela Constituição. Lamentamos as vidas perdidas e chamamos todas as partes para evitar a violência", disse o porta-voz do Departamento de Estado americano, Jeff Rathke, em breve comunicado. O governo da Gâmbia negou a ocorrência de uma tentativa de golpe de Estado e garantiu que a situação foi normalizada depois de disparos terem sido ouvidos perto de vários edifícios governamentais durante a madrugada de terça-feira em Banjul, a capital do país. O ministro de Assuntos Presidenciais da Gâmbia, Kalilou Bayo, citado pela Agência de Imprensa Africana (APA), minimizou a importância das informações divulgadas por diversos meios de comunicação locais que asseguram que um grupo de soldados aproveitou a ausência no país do presidente, Yahya Jammeh, para atacar vários edifícios governamentais. Em comunicado, Bayo negou esta informação que qualificou de "rumor" e assegurou que "a paz e a calma" prevalecem na Gâmbia. Além disso, pediu a todos os cidadãos e aos empresários que continuem com suas atividades normalmente. No entanto, as informações seguem sendo contraditórias, já que veículos como o jornal "Freedom Newspaper" garantem que os militares atacaram o Palácio Presidencial de Banjul e um quartel militar na ponte de Denton, que liga a cidade com o resto do país, além de outras instalações da cidade. O "Freedom Newspaper" afirma que durante os combates ocorridos após o ataque ao palácio pelo menos cinco soldados amotinados morreram, entre eles o líder do golpe, o tenente-coronel Lamin Sanneh, antigo responsável pela guarda presidencial. Por sua vez, a embaixada dos Estados Unidos na Gâmbia emitiu um alerta em seu site no qual recomenda aos cidadãos americanos que evitem Banjul após estes incidentes. Nascido em 1965, Yahya Jammeh chegou ao poder em 1994, com apenas 29 anos, após um golpe de Estado que praticamente não encontrou resistência. Desde então, Jammeh ganhou quatro eleições multipartidárias consecutivas, a última em, 2011, quando conseguiu um apoio superior a 70%, embora as autoridades regionais da Comunidade Econômica de Estado de África Ocidental (Ecowas, em inglês) tenham rejeitado os resultados. Em julho de 2010, sete pessoas, entre elas o então chefe do Estado-Maior, o tenente-general Lang Tombong Tamba, foram condenadas à morte por organizar um golpe de Estado, embora no final de 2012 a pena foi comutada pela prisão perpétua. EFE cg-jem/lvl