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ETA, grupo separatista, pede desculpas antes de dissolução

O governo espanhol saudou o pedido de desculpas e disse que o grupo foi derrotado 'com as armas da democracia'

Internacional|Do R7

'Pedimos desculpa sinceras' afirmou o grupo
'Pedimos desculpa sinceras' afirmou o grupo

O grupo militante basco ETA pediu desculpas nesta sexta-feira (20) pelo mal causado a suas vítimas e familiares durante uma campanha violenta de meio século para criar um Estado independente no norte da Espanha e no sudoeste da França.

O pedido de desculpas chega no momento em que se espera que o grupo anuncie sua dissolução definitiva no início do próximo mês, pouco mais de um ano depois de encerrar sua campanha separatista armada entregando suas armas e explosivos.

O grupo declarou um cessar-fogo em 2011 e entregou seus estoques de armas em abril de 2017, colocando fim à última grande insurgência armada da Europa Ocidental.

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"Estamos cientes de que, durante este longo período de luta armada, provocamos muito sofrimento, inclusive muitos danos para os quais não há solução. Queremos mostrar respeito pelos mortos, pelos feridos e pelas vítimas que foram provocados pelas ações do ETA... pedimos desculpas sinceras", disse o grupo em um comunicado publicado no jornal basco Gara.


"Olhando para frente, a reconciliação é uma das tarefas que precisam ser realizadas no País Basco, algo que já está acontecendo entre os cidadãos. É um exercício necessário para reconhecer a verdade de maneira construtiva, curar feridas e oferecer garantias para que este sofrimento não volte a acontecer".

O governo espanhol saudou o pedido de desculpas e disse que o grupo foi derrotado "com as armas da democracia".


"As vítimas, sua memória e sua dignidade foram decisivas para derrotar o ETA. O ETA deveria ter se desculpado pelos danos causados de maneira sincera e incondicional muito tempo atrás", disse o gabinete do primeiro-ministro Mariano Rajoy.

O ETA (Euskadi Ta Askatasuna – País Basco e Liberdade) foi fundado em 1959 e surgiu da revolta e da frustração dos bascos, que têm sua própria língua e cultura, com a repressão política do então líder espanhol, o general Francisco Franco.


A campanha, que incluiu assassinatos políticos e ataques com bomba visando a população geral, escalou nos anos 1960, e a violência da ditadura Franco foi recíproca.

O ETA anunciará sua dissolução definitiva durante o primeiro final de semana de maio, disse a emissora basca ETB na quarta-feira.

Detalhes do evento devem ser comunicados pelo advogado sul-africano Brian Currin e outros membros do organismo de mediação Grupo de Contato Internacional em uma coletiva de imprensa na segunda-feira.

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