Expectativa é grande entre cidadãos das Malvinas para referendo
Internacional|Do R7
Port Stanley, 9 mar (EFE).- Com bandeiras britânicas hasteadas em casas e carros, os habitantes das Ilhas Malvinas viveram neste sábado um dia de grande expectativa sobre o referendo deste domingo e segunda-feira, em que vão se pronunciar sobre seu status político. Cerca de 1.650 malvinenses devem comparecer às urnas para votar "sim" ou "não" se querem continuar fazendo parte do Reino Unido. Este referendo foi convocado pelo governo das ilhas em resposta à reivindicação de soberania das Malvinas pela Argentina e sua contínua exigência para o início de negociações com Londres. Barry Elsby, um dos oito membros da Assembleia Legislativa das ilhas, disse hoje à Agência Efe que a intenção dos malvinenses é "dizer ao mundo como se sentem em relação ao futuro" e confia que o apoio ao "sim" fique entre 80% e 90%. Segundo Elsby, neste referendo poderão votar todas as pessoas que tenham residência nas ilhas, por isso, além dos britânicos, há gente de outras nacionalidades com direito ao voto. Entre os eleitores há chilenos, filipinos, britânicos da ilha de Santa Helena, escandinavos, entre outros. Para Elsby, a intenção dos malvinenses é mostrar ao mundo "a realidade das Ilhas Falklands (nome britânico das ilhas)" e dizer: "estamos aqui". O governo argentino, que reivindica a soberania das Malvinas desde 1833, se nega a incluir os malvinenses como uma terceira parte na disputa e procura negociar só com o governo de Londres. "Nós queremos falar com a Argentina, mas não sobre a soberania", disse Elsby, ao insistir que querem ter boas relações com o país vizinho e também com todos os da América Latina, com os quais têm interesse em comerciar. Outro membro da assembleia, Gavin Short, disse à Agência Efe que há um ano pensaram na ideia de convocar este referendo, que considerou ser um direito dos malvinenses. Para cobrir esta consulta, 60 jornalistas de todo o mundo estão credenciados, o que alterou a tranquilidade das ilhas que têm menos de 3 mil habitantes. Esta será a primeira vez que os habitantes das ilhas, chamados "kelpers" pela Argentina, se pronunciam em um referendo deste tipo e contam com o apoio do governo britânico, mas o referendo não é aceito pela Argentina. EFE vg/rpr (fotos)