Fed corta juros pela segunda vez consecutiva e mantém sinais de cautela
Banco central dos EUA reduziu taxa em 0,25 ponto percentual pelo segundo mês seguido
Internacional|Clarissa Lemgruber, do R7, em Brasília
LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA
Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

O Fed (Federal Reserve), banco central dos Estados Unidos, anunciou nesta quarta-feira (29) a redução da taxa de juros em 0,25 ponto percentual, levando a faixa para 3,75% a 4% ao ano. Este é o segundo corte consecutivo em 2025, depois de um período de nove meses sem ajustes, quando a taxa foi ajustada para 4% a 4,25% em setembro.
A decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) não foi unânime. O diretor Stephen Miran e o presidente da distrital de Kansas City, Jeffrey Schmid, registraram votos divergentes.
Miran defendeu um corte maior, de 0,5 ponto percentual, enquanto Schmid preferiu manter os juros no nível anterior.
leia mais
O contexto econômico no país é marcado pela segunda maior paralisação do governo federal da história, que chegou ao 29º dia nesta quarta-feira, interrompendo a divulgação de dados oficiais importantes.
Por conta disso, o FOMC teve acesso apenas à leitura mensal do índice de preços ao consumidor referente a setembro.
Estímulo e prudência
Para o economista Bruno Corano, da Corano Capital, a decisão do Fed reflete um equilíbrio delicado entre estímulo e prudência. Ele destaca que a medida foi tomada em um contexto incomum de incerteza, em que o shutdown do governo americano limitou o acesso a dados essenciais sobre emprego, consumo e inflação, aumentando o risco de “erro de dosagem” na política monetária.
“Como destacou recentemente o próprio presidente Jerome Powell [presidente do Fed], cortar rápido demais pode reacender a inflação, agir tarde demais pode frear excessivamente a economia”, afirmou Corano.
Ele também alerta que as tarifas comerciais recentes têm produzido pressão sobre os preços de bens importados e industriais, resultando em uma inflação de custo mais difícil de controlar via juros, com efeito defasado ao longo dos próximos meses.
Segundo o economista, o Fed optou pelo corte gradual como forma de apoiar a atividade econômica sem perder o controle sobre o ciclo inflacionário, mantendo a possibilidade de pausar novas reduções caso os próximos dados indiquem aumento de preços.
Apesar dos cortes, o Fed sinaliza cautela quanto à política monetária, avaliando cuidadosamente os efeitos sobre a inflação e o crescimento econômico nos próximos meses.
Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp
