Filho de Gaddafi comparece à corte líbia pela 1a vez
Internacional|Do R7
Por Ali Shuaib
TRÍPOLI, 17 Jan (Reuters) - O filho de Muammar Gaddafi Saif al-Islam compareceu diante do tribunal na quinta-feira pela primeira vez desde sua captura mais de um ano atrás, informou o Ministério Público da Líbia.
O filho do ex-líder líbio estava no tribunal na cidade de Zintan, no oeste do país, onde está detido por ex-rebeldes, para enfrentar acusações relacionadas com a visita de uma advogada do Tribunal Penal Internacional (TPI) no ano passado.
"Ele é acusado de envolvimento com a delegação do TPI, que é acusada de levar papéis e outras coisas relacionadas com a segurança do Estado líbio" disse o porta-voz do Ministério, Taha Baara, à Reuters.
A advogado do TPI, a australiana Melinda Taylor, foi presa e detida por três semanas após a reunião e, desde então, disse que sua detenção provou que Saif al-Islam não poderia receber um julgamento justo por crimes de guerra e ao invés disso deveria ser julgado em Haia.
Outro advogado de defesa do TPI disse que a audiência em Zintan --parte da Líbia onde as autoridades de Trípoli têm pouca influência-- foi pensada para intimidar o tribunal internacional.
"Esta é mais uma tentativa vergonhosa da Líbia para manipular e intimidar o TPI", disse Ben Emmerson, advogado de Abdullah al-Senussi, ex-chefe de espionagem de Gaddafi, e que também é acusado.
"É uma prova verdadeira da necessidade urgente e imperiosa para o Conselho de Segurança (da Organização das Nações Unidas) impor sanções à Líbia por suas flagrantes, deliberadas e graves violações da resolução 1970 do Conselho de Segurança."
Essa resolução obriga a Líbia a cooperar com o tribunal, dizem os advogados, e caso o governo líbio não entregue Saif al-Islam, poderia resultar em uma denúncia ao Conselho.
A Líbia quer processar o filho de Gaddafi em casa, onde ele pode enfrentar a pena de morte, ao invés de entregá-lo ao TPI, onde ele só poderia receber uma sentença de prisão.
O porta-voz líbio Baara disse que o tribunal de Zintan seria convocado novamente em 2 de maio
(Reportagem de Thomas Escritt em Amsterdã)