Governo alemão aprova envio de 100 instrutores militares ao Iraque
Internacional|Do R7
Berlim, 17 dez (EFE).- O conselho de ministros da Alemanha aprovou nesta quarta-feira o envio de até cem instrutores militares a Erbil, no norte do Iraque, para treinar as tropas curdas que lutam contra o Estado Islâmico (EI), uma decisão que ainda precisa ser ratificada pelo parlamento. O anúncio foi feito pelos ministros das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, e Defesa, Ursula von der Leyen, que também destacaram a necessidade de o país - em coordenação com outros parceiros europeus - ajudar nos combates aos terroristas islâmicos que estendem sua barbárie pelo Iraque e Síria. "Por mais que nos concentremos agora na Síria, não podermos perder de vista o que está ocorrendo no Iraque", afirmou Steinmeier, que explicou que depois do envio de ajuda humanitária e militares aos curdos, o próximo passo é a formação de soldados. Na Alemanha, um país cuja opinião pública é sensível às intervenções militares no exterior por motivos históricos, a decisão do envio de armas ao Iraque foi rodeada por um intenso debate político e social. "Levando em conta a situação geral (na Síria e Iraque), não há solução sem apoio militar", afirmou o chefe da diplomacia alemã, ressaltando, no entanto, que essa missão não é de combate às milícias islamitas. Von der Leyen disse que a Alemanha trabalha dentro do marco de cooperação articulado pelos 60 países que se aliaram para combater o EI. A ação está sendo executada em cooperação com os parceiros europeus, como a Itália, a Holanda e os países escandinavos. Os instrutores militares alemães se dividirão em Erbil e ensinarão as tropas locais sobre técnicas sanitárias, estratégia militar e táticas de combate. A ministra da Defesa destacou dois elementos essenciais sobre o envio. O primeiro é o fato de as tropas curdas estarem abertas a aceitar não muçulmanos em suas fileiras para combater o EI, fato considerado como um sinal de inclusão. O outro, segundo von der Leyen, é que a liderança curda tem trabalhado em parceria com o governo central de Bagdá, algo "necessário para uma solução duradoura" no Iraque. Para que a missão militar, prevista para terminar em 31 de janeiro de 2016. seja oficializada é preciso que o parlamento alemão a aprove mediante uma votação. EFE jpm/lvl