Grã-Bretanha não descarta enviar armas a rebeldes sírios
Países ocidentais têm até agora se esquivado de armar os rebeldes que lutam contra o presidente sírio Bashar al-Assad
Internacional|Do R7
A Grã-Bretanha não descarta a possibilidade de fornecer armas aos rebeldes sírios no futuro, mas o novo pacote de ajuda que será anunciado nesta semana vai consistir apenas de assistência não-letal, disse neste domingo (3) o secretário britânico de Relações Exteriores, William Hague.
Os países ocidentais têm até agora se esquivado de armar os rebeldes que lutam contra o presidente sírio Bashar al-Assad, apesar de seu firme apoio diplomático aos esforços para retirá-lo do poder.
Segundo relatos da Reuters e de outros meios de comunicação, os rebeldes sírios vêm recebendo nos últimos meses uma quantidade crescente de armas através da fronteira da Turquia e da Jordânia e se acredita que elas estejam sendo bancadas por países árabes ricos, como Catar e Arábia Saudita.
Na quinta-feira o governo norte-americano informou quer vai fornecer ajuda não-letal aos grupos de insurgentes sírios para reforçar seu apoio popular. A expectativa é que o pacote inclua suprimentos médicos, alimentos e 60 milhões de dólares. O novo secretário de Defesa dos EUA, Chuck Hagel, disse na sexta-feira que acredita ser correto prover apenas "apoio não-letal" aos rebeldes.
A Grã-Bretanha já ofereceu anteriormente ajuda não-letal aos rebeldes, como rádios, coletes e suprimentos médicos. Nesta semana, Hague vai fazer um pronunciamento no Parlamento durante o qual anunciará mais ajuda, mas ele já antecipou à TV BBC que esse pacote não incluirá armas.
— Não vou anunciar a entrega de armas à oposição síria", disse ele em uma entrevista à emissora. "Não excluo nada para o futuro. Se isso continuar por meses ou anos...e países como o Iraque, Líbano e Jordânia forem desestabilizados, isso é algo que não podemos ignorar. Pode-se chegar ao ponto em que, por fim, a urgência humanitária é tão grande e as perdas de vidas tão grandes que se tem que fazer algo de novo, a fim de salvar vidas.
Em uma entrevista filmada para o jornal Sunday Times, exibida em Londres na noite de sábado, Assad disse que o envolvimento da Grã-Bretanha na crise síria foi ingênuo e irrealista.
"Como podemos esperar que eles (a Grã-Bretanha) façam a violência diminuir quando querem enviar suprimentos militares para os terroristas?", afirmou Assad na entrevista.
Hague refutou os comentários de Assad, que qualificou como "delirantes".
— Este é um homem que preside este massacre. A mensagem para ele é: 'Nós, a Grã-Bretanha, somos um povo enviando comida, abrigo e cobertores para ajudar as pessoas expulsas de suas casas e famílias em seu nome.