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Greve cancela 650 voos na Argentina e afeta brasileiros

60 mil passageiros foram afetados; operações devem se normalizar às 15h

Internacional|Ana Luísa Vieira, do R7, com agências

Voos foram cancelados no Aeroporto de Ezeiza
Voos foram cancelados no Aeroporto de Ezeiza

Mais de 650 voos nacionais e internacionais foram cancelados nos aeroportos Ezeiza e Aeroparque, em Buenos Aires, capital da Argentina, desde a noite desta segunda-feira (18). A estimativa é de que os cancelamentos tenham afetado pelo menos 60 mil passageiros — inclusive brasileiros.

Segundo o jornal argentino Clarín, as viagens foram suspensas por conta de uma greve convocada pela CGT (Comando Geral dos Trabalhadores) em protesto contra a polêmica proposta de reforma previdenciária votada no Congresso da Argentina.

No Brasil, a Latam foi obrigada a suspender dez voos com destino a cidades do país vizinho, a Gol, 20, e a Azul outros quatro. As companhias informaram que os passageiros foram reacomodados em outros voos ou tiveram o dinheiro da passagem devolvido.

Ainda de acordo com o Clarín, a empresa Aerolíneas Argentinas cancelou 489 voos com origem e destino a Buenos Aires, afetando aproximadamente 40 mil passageiros. A companhia Latam, por sua vez, suspendeu 127 voos, sendo 73 internacionais e 54 domésticos, prejudicando 19.820 pessoas. Empresas como Gol, Andes, United Airlines, Alitalia e Qatar Airways também tiveram seus voos cancelados.


Mudança de planos

Os estilistas brasileiros Fabiano Sousani, de 42 anos, e Caroline Machado Fontenele, de 27 anos, foram obrigados a mudar os planos de férias por causa dos cancelamentos. Eles só souberem da suspensão do voo que os levaria a Buenos Aires no primeiro dia da paralisação, quando chegaram ao Aeroporto de Guarulhos por volta do meio-dia. A viagem começou a ser planejada em julho. Os amigos haviam tentado fazer check-in pela internet em casa, mas o sistema informava que o voo não estava disponível. A viagem foi adiada para esta terça-feira (19) e o retorno para domingo — antes, a ideia era voltar na sexta. Eles já pagaram R$ 200 cada um por dia pelo aluguel de um apartamento. "Agora, vamos ver como resolver a hospedagem, mas, pelo menos, vamos ficar um dia a mais lá", disse Caroline, de acordo com o Estadão Conteúdo. 


Em entrevista ao Clarín, o secretário-geral da APLA (Associação de Pilotos de Linhas Aéreeas) da Argentina disse que os voos estarão normalizados até as 15h desta terça-feira, no horário local (16h no horário de Brasília).

Histórico

O projeto de lei da reforma previdenciária, essencial para os esforços do presidente Mauricio Macri para diminuir os custos das empresas e reduzir o déficit fiscal da Argentina, já foi aprovado no Senado, deixando a aprovação legislativa final por conta da Câmara. As votações no Congresso, entretanto, causaram manifestações violentas, já que líderes sindicais e ativistas da oposição dizem que a legislação prejudicará os aposentados.

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