O Parlamento de Hong Kong retirou oficialmente, nesta quarta-feira (23), a polêmica proposta de lei de extradição que originou os protestos em massa que vêm ocorrendo na cidade desde o início de junho.
Durante uma sessão do Conselho Legislativo (assembleia de Hong Kong), o ministro da Segurança, John Lee, foi o responsável pelo anúncio: "Para ilustrar claramente a posição do governo sobre esta proposta, anuncio sua retirada", disse.
A sessão teve que ser suspensa logo depois, quando a bancada pró-democrática gritou palavras de ordem contra Lee e pediu sua renúncia, aumentando o clima de tensão na Câmara.
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O anúncio da retirada ocorre oito meses depois da polêmica proposta de lei: uma norma que, segundo opositores, ativistas e advogados, permitiria que Pequim tivesse acesso a "fugitivos" refugiados da ex-colônia britânica para levá-los à sua jurisdição e processá-los em um sistema sem garantias.
A retirada da controversa proposta de lei é uma das cinco exigências dos manifestantes pró-democráticos, que também incluem uma investigação independente sobre violência policial, anistia para os presos, a retirada do termo "revolta" às manifestações do dia 12 de junho e eleições livres para escolher o chefe do Executivo local.
Embora no dia 4 de setembro, a chefe do Governo de Hong Kong, Carrie Lam, tenha anunciado a retirada formal da proposta, os manifestantes seguiram protestando, com o objetivo de garantir que todas as suas exigências fossem atendidas.
No entanto, alguns manifestantes optaram por táticas mais radicais do que os protestos pacíficos e confrontos violentos com a polícia são frequentes.