Independência: o que Israel conquistou e os palestinos ainda precisam alcançar
76 anos depois, Israel celebra sua autodeterminação e os palestinos, reféns do Hamas e de lideranças que optaram pelo confronto, seguem privados de um futuro real
Internacional|Cláudio Luiz Lottenberg*, especial para o R7
Em 14 de maio de 1948, o povo judeu declarou sua independência na terra de seus ancestrais, aceitando a proposta das Nações Unidas de divisão do território em dois Estados — um judeu e outro árabe. Israel nasceu pequeno, ameaçado, cercado por vizinhos hostis. Mesmo assim, escolheu a construção em vez da destruição, e a democracia em vez da tirania. Setenta e seis anos depois, é um exemplo de desenvolvimento, inovação, liberdade religiosa e convivência entre diferentes identidades. Uma nação que se firmou no mundo pela ciência, pela cultura e pelo respeito às instituições.
Os palestinos, infelizmente, seguiram outro caminho. Influenciados por regimes árabes que, em vez de apoiar a criação de um Estado palestino, preferiram manipular sua dor para seus próprios interesses, perderam tempo precioso. Recusaram propostas reais de paz, permitiram que grupos extremistas se tornassem seus representantes e seguiram alimentando a narrativa da negação da existência de Israel. A independência que poderiam ter alcançado foi adiada por lideranças que escolheram o confronto em vez do diálogo.
Leia mais:
O Hamas é a expressão mais trágica desse desvio. Uma organização terrorista que governa Gaza com mão de ferro, que sequestrou não apenas civis israelenses — como vimos brutalmente em 7 de outubro — mas também o próprio destino do povo palestino. Hoje, dezenas de reféns ainda estão em poder desse grupo, mantidos em condições desumanas. A libertação desses reféns deve ser o primeiro passo concreto para qualquer solução de paz verdadeira. Nenhuma causa pode ser legítima se se apoia no terrorismo e no assassinato de inocentes.
Israel tem o direito — e o dever — de se defender. Mas o povo palestino tem o direito de viver livre, em um Estado próprio. Para isso, precisa se libertar, antes de tudo, da tutela das milícias armadas, da corrupção de suas lideranças e das promessas vazias dos que os usam como peça política. A comunidade internacional, se quiser contribuir de forma responsável, deve deixar de relativizar o terrorismo e passar a cobrar dos palestinos o mesmo compromisso com a paz que sempre se exigiu de Israel.
Neste Yom HaAtzmaut, quando celebramos a independência de Israel, reafirmamos o valor da autodeterminação. E desejamos que também os palestinos possam um dia erguer sua bandeira com orgulho — não sob o jugo do Hamas, mas como resultado de uma decisão soberana de viver em paz ao lado de Israel, respeitando o direito do outro e rompendo, enfim, com a cultura do ódio. Que os reféns voltem para casa e que os povos desta terra possam, um dia, celebrar a vida juntos, livres da tirania, do medo e da guerra.
*Cláudio Luiz Lottenberg é médico oftalmologista e presidente da Confederação Israelita do Brasil (CONIB)
Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp