Israel intensifica ataques a Gaza em resposta à ofensiva do Hamas
Território palestino foi parcialmente transformado em um campo de ruínas após resposta do país ao grupo terrorista
Internacional|Do R7
Israel continuou nesta quarta-feira (11) a bombardear intensamente a Faixa de Gaza, parcialmente transformada em um campo de ruínas, em resposta à ofensiva do grupo terrorista palestino Hamas, em uma guerra que já provocou milhares de mortos.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, classificou a ofensiva-surpresa do Hamas, lançada no sábado, como "uma selvageria nunca vista desde o Holocausto" perpetrado pelo nazismo e prometeu que seu país "vencerá pela força".
O ataque do Hamas deixou mais de 1.200 mortos em solo israelita, incluindo 169 soldados, segundo o Exército, bem como centenas de civis massacrados pelos islamitas em cooperativas agrícolas e numa festa realizada no sábado. Dezenas de pessoas também estão listadas como desaparecidas ou são mantidas como reféns pelo Hamas.
Israel respondeu bombardeando no sábado (7) o empobrecido e superpovoado enclave palestino, mobilizando 300 mil reservistas e destacando dezenas de milhares de soldados ao redor de Gaza e na fronteira norte com o Líbano, onde nesta quarta-feira cruzou novamente fogo com o movimento pró-iraniano Hezbollah, um aliado do Hamas.
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Pelo menos 1.055 pessoas morreram e 5.184 ficaram feridas na Faixa de Gaza, segundo as autoridades locais. O Hamas disse que perdeu dois altos funcionários nas operações israelenses.
“Estamos presos, não sabemos para onde ir e não podemos ficar porque nosso apartamento está coberto de vidros quebrados e estilhaços”, disse à AFP Mohammed Mazen, um gazeu de 38 anos e pai de três filhos.
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Nos hospitais, a situação é catastrófica. O hospital Al Shifa, na cidade de Gaza, está cheio de feridos. “Alguns morrem antes” de ser tratados, diz um médico.
A ONU afirmou que o cerco total à Faixa, onde mais de 260 mil pessoas tiveram de abandonar as suas casas, é “proibido” pelo direito humanitário internacional.
Medos pelos reféns
A Faixa, onde vivem 2,3 milhões de palestinos, está sitiada por Israel, que cortou o fornecimento de água, eletricidade e alimentos.
Na manhã de quarta-feira, pelo menos 30 pessoas morreram no enclave em bombardeios israelenses, que atingiram edifícios residenciais, fábricas, mesquitas e lojas, segundo o Hamas, que governa o território.
De acordo com o Exército israelense, vários alvos do movimento islâmico foram atingidos.
Aviões de guerra israelenses também bombardearam a Universidade Islâmica, ligada ao Hamas, e demoliram vários edifícios, segundo um correspondente da AFP.
Israel anunciou nesta terça-feira (10) que recuperou o controle da sua fronteira com a Faixa de Gaza, após dias de combates com islamitas.
A ofensiva do Hamas provocou múltiplas condenações internacionais, bem como preocupações sobre um ataque terrestre israelense a Gaza.
O Hamas ameaçou executar os reféns se os ataques israelenses continuassem. Entre eles estão jovens sequestrados enquanto participavam de uma festa, na manhã de sábado, em que cerca de 250 pessoas foram massacradas, segundo uma ONG israelense.
A presidente da Comissão Europeia, a alemã Ursula von der Leyen, descreveu o ataque-surpresa do Hamas como um "ato de guerra".
Para o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, Israel não se comporta “como um Estado” em Gaza, mas sim como “uma organização”, com os seus repetidos bombardeamentos.
Israel disse que também encontrou os corpos de cerca de 1.500 combatentes do Hamas na Faixa de Gaza.
Crianças assassinadas
No kibutz de Beeri, onde o ataque do Hamas deixou mais de cem mortos, militantes islâmicos "dispararam contra todos", de modo que "assassinaram crianças, bebês, idosos a sangue-frio", disse Moti Bukjin, porta-voz de Zaka, uma ONG que participou da coleta dos corpos.
"Nunca vi nada pior. Desabei quando vi os corpos de duas crianças assassinadas", disse Omer Barak, um oficial israelense de 24 anos, no kibutz Kfar Aza, onde outras cem pessoas foram massacradas pelo Hamas.
A ofensiva dos islamitas por terra, mar e ar surpreendeu Israel em pleno sábado, o dia semanal de descanso dos judeus, e no último dia do feriado religioso de Sucot.
O presidente americano, Joe Biden, prometeu na terça-feira que ajudará seu aliado a se defender contra o que chamou de "puro mal". O Hamas descreveu essas declarações como "inflamatórias", que na sua opinião tentam "encobrir os crimes israelitas". O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, visitará Israel nesta quinta-feira (12).