O envenenamento do opositor russo Alexei Navalny foi confirmado nesta segunda-feira (14) por laboratórios na Suécia e França, conforme informações do governo da Alemanha, que havia solicitado a cooperação dos dois países.
Um laboratório do exército alemão já havia determinado que Navalny foi envenenado com um agente tóxico do grupo Novichok.
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O governo alemão relatou o caso à Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), cujos laboratórios também estão realizando as análises relevantes, disse o porta-voz do governo, Steffen Seibert.
O governo alemão, segundo comunicado de Seibert, analisa os próximos passos com seus parceiros europeus.
Navalny passou mal durante um voo da Sibéria para Moscou, forçando um pouso de emergência em Omsk, onde recebeu tratamento em um hospital local.
Macron pede que caso seja investigado
O presidente da França, Emmanuel Macron, pediu ao mandatário da Rússia, Vladimir Putin, o esclarecimento sem demora "das circunstâncias e responsabilidades" da "tentativa de assassinato" contra o opositor russo Alexey Navalny.
Macron disse considerar "imperativo" esclarecer o ocorrido e ressaltou a Putin, em conversa por telefone, que concorda com as conclusões dos parceiros europeus, que determinam que a Navalny foi envenenado pelo agente tóxico do tipo novichok.
O Palácio do Eliseu indicou em comunicado de imprensa que o presidente francês expressou "profunda preocupação com o ato criminoso perpetrado" contra Navalny e sublinhou que "é necessário um esclarecimento por parte da Rússia no âmbito de uma investigação crível e transparente".
Macron mostrou "a sua total solidariedade com a Alemanha" sobre as consequências e iniciativas que deveriam ser extraídas desta situação, acrescenta a nota.
Médicos russos negam envenenamento
Os médicos russos que o trataram disseram não ter encontrado vestígios de envenenamento e atribuíram o colapso a problemas de metabolismo.
Posteriormente, a pedido da família e de seus colaboradores, Navalny foi transferido para Berlim, onde segue internado no hospital universitário La Charité.
Já os primeiros exames realizados na Alemanha mostravam indícios de envenenamento, sendo solicitada a colaboração de um laboratório especializado do exército alemão, o que confirmou a suspeita inicial.
Embora a transferência de Navalny para a Alemanha tenha sido fruto de uma iniciativa privada, o governo assumiu parte das informações sobre o caso, uma vez que os resultados dos testes foram conhecidos no laboratório do exército.
O caso Navalny gerou tensões diplomáticas entre Berlim e Moscou.
O opositor russo já acordou do coma induzido em que se encontrava e, de acordo com os médicos do hospital, reage quando falam com ele.
Desde sua chegada a Berlim, Navalny está sob proteção policial com um dispositivo que foi reforçado depois que ele acordou do coma.