O ex-presidente do partido de extrema direita da França, o Frente Nacional, Jean Marie Le Pen, de 94 anos, foi hospitalizado no último sábado (15) após sofrer um "infarto leve", segundo o assessor dele, Lorrain de Saint Affrique.
O político foi internado em um estabelecimento público na região parisiense, disse Saint Affrique, que acrescentou que "sua família e amigos estão preocupados, mas tranquilos".
De acordo com uma declaração filha dele, Marine Le Pen, neste domingo (16), o político "está bem, e agradeço a todos que perguntaram sobre sua saúde". Hoje, é ela que preside o partido que foi fundado pelo pai, em 1972, rebatizado de Reagrupamento Nacional.
"Ainda não o vi, não vou demorar", mas "está bem, essa é a informação essencial", completou a líder de extrema direita, pedindo que a "vida privada" dela seja respeitada.
Marine ficou em segundo lugar nas eleições presidenciais de 2022 (41,5%), nas quais o presidente Emmanuel Macron foi reeleito. Ela tentou melhorar a imagem do partido político e expulsou o próprio pai do mesmo, em 2015, após ele dar declarações de que o holocausto foi apenas um detalhe na História.
O ex-presidente do partido de extrema direita francês foi hospitalizado várias vezes nos últimos anos. Em fevereiro de 2022, foi internado após sofrer um acidente cardiovascular leve.
Quem é Jean-Marie Le Pen?
Nascido em 20 de junho de 1928 em La Trinité-sur-Mer, oeste da França, e formado em direito, Jean-Marie Le Pen serviu como legionário nas guerras coloniais da então Indochina (1953) — hoje Vietnã — e da Argélia (1957).
Ele tornou-se o legislador mais jovem da França, ao ser eleito à Assembleia Nacional com apenas 27 anos e, em 1972, assumiu a direção de um novo partido que reunia neofascistas: a Frente Nacional.
Após 12 anos, em 1984, foi eleito eurodeputado, e nas legislativas de 1986, voltou à Assembleia Nacional.
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Jean-Marie também foi candidato à Presidência cinco vezes. Em 2002, chegou ao segundo turno, sendo derrotado por esmagadora maioria por Jacques Chirac.
O ex-paraquedista ainda passou décadas tentando gerar repulsa à imigração, e a carreira política dele decaiu depois de mais de meio século em que seu racismo declarado o levou a ser conhecido como o "diabo da república".
Nos últimos anos, Jean-Marie tem feito menos aparições públicas e não expressa arrependimento pelos comentários polêmicos do passado.
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