Manifestação contra novo governo belga em Bruxelas acaba em violência
Internacional|Do R7
Bruxelas, 6 nov (EFE).- Mais de cem mil pessoas, segundo fontes policiais, participaram nesta quinta-feira de uma grande manifestação em Bruxelas contra as políticas sociais e trabalhistas do novo governo da Bélgica, que terminou com violentos confrontos entre participantes e forças de segurança. Os conflitos deixaram cerca de 20 pessoas feridas, incluindo manifestantes e policiais, segundo um porta-voz da Cruz Vermelha da Bélgica. A força sindical formada pelos democratas-cristãos do CSC, os socialistas do FGTB e os liberais do CGSL convocaram a manifestação em Bruxelas e novos protestos contra o acordo firmado pela coalizão de centro-direita que governa na Bélgica desde 11 de outubro. Os sindicatos se opõem ao aumento da idade de aposentadoria, às reformas na previdência e à suspensão do reajuste salarial anual, medidas incluídas no pacto governamental. O primeiro-ministro da Bélgica, o liberal francófono Charles Michel, disse nesta quinta-feira no parlamento belga que entende as dúvidas e "a raiva" dos manifestantes, mas ressaltou a necessidade das reformas. Os manifestantes percorreram grande parte do centro da capital belga, o que causou sérios problemas ao transporte público. Os distúrbios ocorreram no quase no fim da manifestação, quando um grupo formado por centenas de manifestantes enfrentou a polícia atirando paralelepípedos, pedras, ovos e outros objetos. Entre outros incidentes, um ônibus tombou no meio da rua e veículos foram incendiados, inclusive várias motos da polícia. A polícia respondeu os ataques com gás lacrimogêneo e jatos d'água para dispersar os manifestantes violentos, que não pararam de atirar objetos durante o protesto. As manifestações convocadas nesta quinta-feira afetaram a circulação de ônibus, táxis, bondes e do metrô de Bruxelas, assim como o serviço público e os setores comercial e industrial, onde os protestos obrigaram a suspensão das atividades. O secretário-geral do sindicato CGSLB, Oliver Valentin, disse à Agência Efe que o objetivo era transmitir ao novo governo a mensagem que "há medidas inaceitáveis para os trabalhadores e para os interlocutores sociais". "O governo decidiu adotar uma política de austeridade e todos os países europeus viram que esse tipo de política não funciona, o que é preciso é aumentar o emprego e o crescimento", apontou. Depois da manifestação desta quinta-feira, diversas greves devem ser convocadas em várias províncias do país, que deverão organizar uma greve geral no dia 15 de dezembro. EFE mb-mvg-rja-emm/vnm (foto) (vídeo)