Militares proíbem assembleias públicas e ampliam censura na Tailândia
Internacional|Do R7
Bangcoc, 22 mai (EFE).- Os militares que deram um golpe de Estado na Tailândia proibiram as assembleias públicas e ampliaram a censura aos meios de comunicação estrangeiros. Um porta-voz militar anunciou pelos canais locais a proibição de qualquer reunião pública com mais de cinco pessoas. Além disso, as transmissões de emissoras internacionais, como "BBC" e "CNN", foram suspensas. Essas afirmações vêm à tona em paralelo à ação dos militares, que dissolvem e desmantelam os acampamentos dos manifestantes antigovernamentais e pró-governo em Bangcoc. O chefe do Exército tailandês, Prayuth Chan-Ocha, tomou o poder após declarar fracassada a reunião entre membros do Executivo interino e opositores, articulada como uma tentativa de pôr fim à crise no país. Desta forma, Prayuth dissolveu o governo interino e se autodeterminou como chefe do conselho que assumirá o poder de forma provisória. Antes de anular as assembléias públicas e ampliar a censura dos meios de comunicação estrangeiros, Prayuth também decretou toque de recolher, que começa às 22h locais, e suspendeu a Constituição de 2007. Na última terça-feira, em resposta aos violentos protestos antigovernamentais, que causaram 28 mortes e centenas de feridos, o Exército assumiu o papel de mediador e declarou lei marcial em todo país. Os manifestantes antigovernamentais exigiam uma reforma do sistema político, considerado extremamente corrupto, e propõem a criação de um conselho não eleito para articular as mudanças necessárias antes da realização de novas eleições. A Tailândia vive uma grave crise desde 2006, quando um golpe de Estado de 2006, quando caiu o ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra. Os "camisas vermelhas", seguidores de Thaksin, ameaçaram aumentar seus protestos em Bangcoc caso o Exército tomasse o poder. Com este, os militares tailandeses protagonizaram 19 golpe de Estado, 12 deles com sucesso, desde o fim da monarquia absolutista em 1932. EFE zm/fk