Mujica "reflete" sobre comentários sobre Néstor e Cristina Kirchner
Internacional|Do R7
Montevidéu, 7 abr (EFE).- O presidente do Uruguai, José Mujica, "reflete" sobre suas recentes palavras com relação a Nestor Kirchner e sua esposa, Cristina, atual presidente da Argentina, que geraram mal-estar e um protesto no país do outro lado da margem do rio da Prata, afirmaram neste domingo fontes oficiais. As fontes consultadas pela Agência Efe disseram que o presidente "pelo menos, por enquanto", ficará em silêncio sobre o tema e que "não está previsto" que o Ministério de Relações Exteriores responda a nota de protesto emitida na quinta-feira pela Chancelaria argentina. A última aparição pública de Mujica após o incidente de quinta-feira foi em um ato público em memória do falecido presidente Hugo Chávez, realizado no sábado na cidade de Bolívar, que o líder venezuelano visitou em 2005. Mujica não fez declarações, mas o vice-chanceler Roberto Conde, presente no ato, disse à impresa local que o líder está "ponderando de modo pessoal a forma como vai encarar" o assunto. As tensões entre ambos os países começaram há três dias, depois que um microfone ligado durante uma entrevista coletiva permitiu que as pessoas ouvissem o presidente do Uruguai dizendo "esta velha (Cristina) é pior do que o caolho. O caolho era mais político. Esta é obstinada". Na mesma quinta-feira, a Chancelaria argentina lamentou "profundamente", em comunicado, as expressões usadas pelo líder uruguaio, que foram consideradas de "inaceitáveis" e advertiu que Cristina não vai comentar o assunto. O Ministério das Relações Exteriores uruguaio não fez comentários sobre a nota argentina. Para atiçar ainda mais o fogo da discórdia, neste fim de semana o primeiro número de uma nova publicação mensal uruguaia, "Lento", divulgou uma entrevista na qual Mujica classifica Néstor Kircher de "bastante difícil". Os comentários aparecem em uma entrevista na qual fala da possibilidade de seu antecessor e correligionário no bloco esquerdista Frente Ampla (FA) Tabaré Vázquez (2005-2010) seja reeleito presidente nas eleições gerais uruguaias de 2014. "Ele não teve problemas com a Argentina, teve problemas com o caolho Kirchner, que era bastante difícil. Deus o tenha na glória", indicou Mujica com seu habitual estilo informal. O líder uruguaio, que se resistiu até o momento em pedir uma desculpa formal, é conhecido por seu pouco apego às formas e sua espontaneidade. EFE jf/ff