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Oposição curda acusa presidente da Turquia de dar "golpe de Estado"

Internacional|Do R7

Istambul, 28 jul (EFE).- O partido pró-curdo HDP, quarto do parlamento turco, denunciou nesta terça-feira que o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, deu um "golpe de Estado" ao iniciar a guerra contra o jihadismo sírio e a guerrilha curda depois que seu governo perdeu a maioria absoluta. "Depois das eleições do dia 7 de junho, Recep Tayyip Erdogan deu um golpe de Estado. De onde veio a autoridade para levar o país à guerra? Vocês (AKP, partido islamita no poder desde 2002 e comandado até recentemente por Erdogan) não são o poder único. Os que fizeram isso deram um golpe de Estado após as eleições", disse o copresidente do HDP, Selahattin Demirtas, em discurso publicado pelo jornal "Hürriyet". Segundo ele, "faltava só uma semana" para que o processo de paz com a guerrilha curda, o PKK, terminasse com uma campanha de desarmamento, mas Erdogan o sabotou ao "entrar em pânico" diante dessa perspectiva. Não fosse pela renovada hostilidade, o PKK poderia ter combatido junto à Turquia contra os jihadistas do Estado Islâmico na Síria, acrescentou o político curdo. Demirtas acusou o "Palácio" de realizar uma "guerra suja" contra o HDP mediante sua "gládio" privada, em alusão à organização clandestina da Otan durante a Guerra Fria que teve vínculos com a máfia na Turquia. "Tudo começou com o massacre de Suruç (em 20 de julho). Foi cometido por esta 'gládio' privada. Mataram os filhos da Turquia utilizando como ferramenta uma pessoa que tinham introduzido ao Estado Islâmico", afirmou o dirigente. Fontes diplomáticas turcas asseguraram à Agência Efe que a composição da bomba usada na ocasião não deixa dúvidas de que o autor do massacre de Suruç procedia do Estado Islâmico, embora o grupo ainda não tenha reivindicado o atentado. Demirtas também repudiou "o sujo assassinato" dos dois policiais que foram baleados na quarta-feira passada enquanto dormiam, mas não explicou por que o PKK reivindicou este crime, o último antes de Ancara lançar o ataque aéreo contra a guerrilha. Desde então houve tiroteios, sabotagens de obras públicas e ataques a quartéis militares, deixando vários mortos. Morreu nesta terça-feira em Semdinli, na província de Hakkari, um sargento à paisana que foi atingido por tiros pelas costas enquanto ia a um banco, segundo a versão oficial. EFE iut/vnm

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