Otan diz que financiará envio de armas dos EUA para a Ucrânia
Declaração ocorre em meio a comentários de Donald Trump de que Europa precisa “fazer mais” na guerra
Internacional|Do R7

O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, apelou nesta quinta-feira (23) para que os Estados Unidos sigam fornecendo armamentos à Ucrânia na guerra contra a Rússia e disse que a Europa assumirá os custos da operação, segundo a agência de notícias Reuters.
O pedido foi feito durante um discurso no Fórum Econômico Mundial, realizado em Davos, na Suíça. “Na Ucrânia, precisamos que os EUA continuem envolvidos”, disse Rutte. Ele afirmou que, se o governo norte-americano mantiver o envio de armas a partir de sua base industrial de defesa, “os europeus estão dispostos a pagar a conta”.
A declaração ocorre em meio a comentários do novo presidente dos EUA, Donald Trump, de que a União Europeia precisa “fazer mais” para apoiar a Ucrânia no conflito.
Rutte concordou com o republicano, reconhecendo que a Europa deve assumir maior responsabilidade financeira e logística na guerra.
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Durante o painel, o secretário-geral defendeu que a Europa intensifique o apoio à Ucrânia e alertou para as consequências de uma possível vitória russa. “É vital que a Rússia não vença esta guerra. Caso contrário, veremos Putin estreitando laços com líderes como os da Coreia do Norte e da China”, disse.
Ele também enfatizou a necessidade de maior produção de armamentos e de destinar uma fatia mais expressiva do orçamento europeu para ajudar a Ucrânia a resistir às forças russas.
Críticas dos EUA
Participando remotamente do painel, Richard Grenell, enviado especial de Trump, criticou a posição da Otan.
Ele afirmou que muitos países europeus não têm contribuído suficientemente para a aliança. “Os americanos estão arcando com a defesa. Não é justo pedir ao povo americano que expanda o guarda-chuva da Otan quando os membros atuais não pagam sua parte justa”, disse.
Resposta da Rússia
Em Moscou, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova, alertou os países da Otan nesta quinta-feira de que o envio de tropas para a Ucrânia seria inaceitável e poderia intensificar o conflito de forma descontrolada, segundo a Reuters.
Enquanto isso, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky reiterou a necessidade de reforço militar. Ele pediu que pelo menos 200 mil soldados europeus estejam prontos para evitar um novo avanço russo, mesmo que um cessar-fogo seja negociado.
Por outro lado, o Kremlin sinalizou abertura ao diálogo com o presidente Donald Trump, que, em declarações recentes, afirmou ter intenção de buscar uma solução rápida para o conflito.