Logo R7.com
Logo do PlayPlus

Por que o indicado para o Pentágono pode ser a primeira baixa de Trump

Sabatina no Senado pressiona Hegseth sobre abuso de bebidas alcóolicas e alegações de agressão sexual

Internacional|Do R7

O postulante ao cargo de Secretário de Defesa é um veterano da Guarda Nacional dos Estados Unidos, tendo atuado no Afeganistão, no Iraque e na Baía de Guantánamo
O postulante ao cargo de Secretário de Defesa é um veterano da Guarda Nacional dos Estados Unidos, tendo atuado no Afeganistão, no Iraque e na Baía de Guantánamo. Gage Skidmore/Flickr

O Senado norte-americano iniciou na terça-feira (14) a sabatina de Pete Hegseth, que deve chefiar o Pentágono, o Departamento de Defesa dos EUA. A aprovação de seu nome já pode ocorrer nesta semana, quando Donald Trump toma posse como presidente dos Estados Unidos, em cerimônia que ocorre na segunda-feira (20). Por outro lado, também há desconfiança de senadores em relação ao histórico do indicado.

Hegseth afirmou ser vítima de uma “campanha difamatória” que levantou alegações de má conduta, incluindo acusações de agressão sexual e episódios de consumo excessivo de álcool.

Figura polêmica, Hegseth tem 44 anos e é conhecido por ser um comentarista da emissora de TV Fox News. O apresentador é muito popular entre os conservadores e possui milhares de seguidores nas redes sociais.

O postulante ao cargo de Secretário de Defesa é um veterano da Guarda Nacional dos Estados Unidos, tendo atuado no Afeganistão, no Iraque e na Baía de Guantánamo, em Cuba. Em 2012, ingressou na política e concorreu ao Senado pelo estado de Minnesota, mas não foi eleito.


Nos Estados Unidos, a Constituição exige que as nomeações de ministros e outros funcionários de alto escalão sejam confirmadas por uma votação no Senado, após uma audiência na comissão responsável pelo cargo.

Maioria no Senado, os republicanos ocupam hoje 53 assentos — e os indicados precisam de uma maioria de 51 votos. Caso tenha a nomeação aprovada pelos senadores, Hegseth vai comandar um orçamento de US$ 900 bilhões.


Entretanto, há um crescente ceticismo sobre as chances de Hegseth obter votos suficientes para ser confirmado pelo Senado. Pelo menos quatro senadores republicanos votariam contra a indicação, segundo apuração da CNN norte-americana.

Polêmicas e acusações

O histórico de Hegseth em relação a casos de assédio tem sido alvo de debates entre os republicanos. Um dia após anunciar o âncora da Fox News como secretário de Defesa, a equipe de Trump foi informada de que o escolhido havia sido investigado pela polícia na Califórnia por assédio sexual em 2017.


Tim Kaine, senador democrata da Virgínia, usou a sabatina para pressionar Pete diante da informação de que ele teria traído a segunda esposa, dois meses depois do nascimento de um dos filhos. Hegseth insistiu que se tratava de notícias baseadas em fontes anônimas.

Na sabatina, Jack Reed, senador democrata de Rhode Island, destacou ainda as acusações de assédio sexual, violência doméstica e abuso de álcool que foram apresentadas contra Hegseth. “Essas alegações impediriam que qualquer pessoa fosse nomeada para os serviços públicos. Imagine ser o secretário de Defesa”, disse o democrata.

Em resposta, Hegseth disse que a “imprensa de esquerda” é culpada pelas notícias. “Sofri uma campanha organizada de difamação. São histórias a partir de fontes anônimas”, afirmou.

Mazie Hirono, senadora do Havaí, questionou o escolhido de Trump sobre alegações de ele estar “bêbado em trabalho” em “repetidas ocasiões”, e insistiu que esses relatos tinham sido apresentados por ex-companheiros de Hegsteth. O nomeado qualificou a alegação como “falsa”.

Mark Kelly, senador do Arizona, listou pelo menos cinco casos de abuso de álcool em locais públicos, inclusive por parte dos funcionários da Fox News. Hegseth, porém, insistiu que todos esses casos eram “difamações anônimas”.

“Não são acusações anônimas. Temos os nomes dessas pessoas”, rebateu o senador.

Questionado se irá usar o exército para invadir Groenlândia ou retomar o Canal do Panamá, Hegseth recusou-se a responder.

Posicionamento internacional

Hegseth é conhecido pelas críticas aos aliados da Otan. Assim como Trump, ele acredita que os demais países que integram a aliança não estão gastando o suficiente em defesa.

O comentarista chamou os aliados de “nações hipócritas e impotentes que nos pedem para honrar arranjos de defesa ultrapassados ​​e unilaterais que eles não cumprem mais”.

Em uma entrevista a um podcast, Hegseth também fez comentários sobre a guerra na Ucrânia. “Se a Ucrânia puder se defender... ótimo, mas não quero que a intervenção americana avance profundamente na Europa e faça (Putin) sentir que está tão acuado”, disse.

Hegseth também afirmou que as Forças Armadas dos Estados Unidos possuem generais defensores da agenda “woke”, com políticas muito progressistas. Para ele, isso tem prejudicado a defesa do país, com militares fracos e “afeminados”.

O nomeado por Trump também criticou militares transgêneros e disse que, ao promover diversidade e inclusão, as Forças dos Estados Unidos estão afastando recrutas. Para Hegseth, é necessária uma “limpa” no Pentágono.

Pete Hegseth ainda defende que o Departamento de Defesa volte a se chamar Departamento de Guerra. A nomenclatura foi abandonada em 1945, após o fim da Segunda Guerra Mundial.

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.