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Potenciais parceiros de Merkel não demonstram pressa em negociar coligação

Internacional|Do R7

Rodrigo Zuleta. Berlim, 24 set (EFE).- Os potenciais parceiros para um governo de coalizão de Angela Merkel, o Partido Social-Democrata (SPD) e o Partido Verde, não demonstram pressa em dar início às conversas de uma possível negociação com a União Democrata-Cristã (CDU) da chanceler alemã. Merkel, que venceu as eleições do último domingo, já teria entrado em contato com o SPD, embora a legenda tenha se mostrado reticente a iniciar e avançar em tais negociações. O SPD ainda não esqueceu sua última grande coalizão, firmada entre 2005 e 2009 e pela qual foi duramente castigado nas urnas. Além deste fato, a ala esquerda do partido não se mostra a favor de uma possível aliança com a chanceler alemã. "Não há ninguém no partido que queira uma coalizão com Merkel", declarou hoje o deputado Ralf Stegner, representante da ala esquerda do SPD, antes do início da reunião do grupo parlamentar. As razões dessa resistência do SPD são muitas, mas, entre elas, uma se torna mais evidente: Em caso de uma grande coalizão, o líder do partido A Esquerda, Gregor Gysi, se transformaria em chefe da oposição no Parlamento. Desta forma, Gysi ganharia presença midiática e poderia aumentar o caudal eleitoral de seu partido, um fato que poderia tirar muitos votos do SPD, principalmente em temas tradicionalmente defendidos pelos sociais-democratas, que, por sinal, se ofuscariam em uma grande coalizão. No entanto, o preço de ficar de fora de uma grande coalizão também poderia ser alto demais ao SPD, já que a formação poderia ficar exposta a uma grande reprovação por não assumir sua responsabilidade em conseguir um governo estável na Alemanha. Nessa direção, o chefe do grupo parlamentar da CDU, Volker Kauder, enviou uma mensagem ao SPD através de declarações à revista "Der Spiegel". "Está claro que as negociações necessitam de tempo, mas os problemas da Europa não vão esperar a formação de um governo na Alemanha", declarou Kauder. O líder da CDU acrescentou que entendia as dificuldades do SPD diante dessas negociações, embora tenha ressaltado que o governo interino tomava decisões que não poderiam ser adiadas e, por isso, sugeriu a aplicação de um procedimento similar ao adotado em 2005. Nesta ocasião, todas as decisões do governo interino também eram discutidas no grupo que negociava o acordo de coalizão. O líder do SPD, Sigmar Gabriel, declarou que não podia começar a dialogar com o CDU antes da convenção que será realizada na sexta-feira e assinalou que novas convenções podem ser necessárias futuramente. Além disso, Gabriel indicou que seu partido está disposto a dialogar e que "não está fazendo oposições para formar governo com a senhora Merkel depois que ela liquidou a todos seus membros da coalizão". A CDU alcançou uma ampla vitória nas eleições de domingo, mas ficou faltando cinco cadeiras para garantir a maioria absoluta e seu último membro de coalizão, o Partido Liberal (FDP), ficou sem representação parlamentar. Esse fato obriga Merkel a buscar um pacto com o SPD ou com Os Verdes, sendo que, dentro do CDU, uma aliança com os sociais-democratas é mais aceita. Enquanto não há uma definição entre SPD E CDU, os Verdes se ocupam em reorganizar sua cúpula, já que a copresidenta do partido, Claudia Roth, e a copresidenta do grupo parlamentar, Renate Künast, não se apresentarão para serem escolhidas em seus cargos. Além disso, os Verdes não parecem acreditar em uma possível tentativa de negociação formal por parte de CDU. "Com o tempo, o SPD se mostra como o parceiro mais cômodo para Angela Merkel", declarou o copresidente do partido, Cem Özdemir. O novo Bundestag tem um mês para ser formado, mas, diante deste impasse, tudo parece indicar que esse tempo será esgotado antes de uma definição. Na Alemanha não há um prazo legal para formação de um novo governo após a definição do Parlamento. EFE rz/fk

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